Justiça torna réu fisiculturista acusado de espancar namorada em São Paulo
Pedro Camilo Garcia responderá por tentativa de feminicídio com qualificadoras de crueldade e motivo fútil; vítima teve alta após internação na UTI
247 - A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o fisiculturista Pedro Camilo Garcia, preso após agredir brutalmente a namorada, uma médica, em um apartamento alugado na capital paulista. A decisão foi proferida na última sexta-feira (1º) pela 4ª Vara do Júri da Capital, conforme confirmou nesta manhã ao portal UOL a advogada da vítima, Gabriela Mansur.
Pedro Garcia foi denunciado por tentativa de feminicídio, agravada por uso de meio cruel, motivo fútil e pelo crime ter sido cometido no âmbito de violência doméstica e familiar. “É um grande passo em busca por Justiça”, declarou a advogada da vítima. Por decisão editorial, o nome da mulher está sendo preservado.
O ataque ocorreu na madrugada de 14 de julho, no bairro de Moema, zona sul da cidade, onde o casal havia se hospedado para comemorar o aniversário da médica. A violência foi tamanha que a vítima sofreu fraturas no crânio e no rosto, além de cortes profundos na cabeça e na face. Ela teve dificuldades respiratórias e precisou ser entubada, permanecendo internada em estado grave na UTI do Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha. Posteriormente, foi transferida para a Baixada Santista, onde recebeu alta em 27 de julho. De acordo com Gabriela Mansur, a paciente passou por várias cirurgias reconstrutivas.
A agressão veio à tona após um vizinho acionar a polícia, preocupado com barulhos no apartamento. Os policiais, ao não obterem resposta após tocarem a campainha, ouviram ruídos que identificaram como respiração ofegante. Ao entrarem no imóvel, encontraram a mulher caída na sala.
Durante a audiência de custódia, Pedro afirmou que não se lembrava do ocorrido e relatou ter fraturado o metacarpo durante uma “confusão” com a namorada. O juiz Diego de Alencar Salazar Primo, ao converter a prisão em flagrante para preventiva, destacou o grau de violência. “O modus operandi denota covardia, descontrole emocional e periculosidade concreta por parte do custodiado, homem fisiculturista de robusto porte físico, que teria socado intensamente o rosto de sua namorada”, destacou o magistrado na decisão, de acordo com a reportagem.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, Pedro teria confessado aos policiais que agrediu a companheira após ter visto mensagens de outro homem no celular dela. A defesa do réu, por sua vez, apresentou à Justiça documentos que mencionam problemas de saúde, como Transtorno Alimentar de Bulimia Nervosa, além de uso de anabolizantes, esteróides e medicamentos psiquiátricos. Um relatório psicológico juntado ao processo aponta que o acusado não deu continuidade ao acompanhamento terapêutico.
Em nota enviada à imprensa, o advogado de Pedro, Danilo Pereira, afirmou que “qualquer manifestação sobre o caso é prematura” e defendeu que as partes envolvidas sejam respeitadas. “Toda e qualquer manifestação será realizada exclusivamente no bojo dos autos, após franqueada a íntegra da documentação”, concluiu.
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