Justiça do Rio rejeita pedido de liberdade de Oruam
Decisão da 4ª Câmara Criminal considerou vídeo em que o artista desafia agentes; advogados vão recorrer ao STJ
247 - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu, nesta quinta-feira (11), manter a prisão do rapper Oruam, que está detido há 50 dias no Complexo Penitenciário de Gericinó. A informação foi publicada pelo O Globo. O artista, cujo nome de batismo é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é réu por tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais civis durante uma abordagem em sua residência, no Joá, Zona Sul do Rio.
A 4ª Câmara Criminal rejeitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa. O principal argumento da relatora, desembargadora Márcia Perrini Bodart, foi um vídeo em que Oruam desafia os agentes a “pegá-lo” no Complexo da Penha, episódio considerado um agravante para manter a prisão preventiva.
Julgamento e presenças
O julgamento contou com a presença de familiares e amigos do cantor, entre eles sua mãe, Márcia Santos, a namorada, influenciadora Fernanda Valença, o irmão Lucca e os artistas Poze do Rodo e Vivi Noronha. Esta é a segunda vez que a magistrada nega um habeas corpus ao rapper. A primeira negativa ocorreu em 7 de agosto.
Segundo a desembargadora, a gravidade das ações atribuídas ao acusado reforça a necessidade da prisão: “As atitudes do réu foram graves, sobretudo por conta do vídeo em que afronta os policiais”, declarou Bodart em seu voto.
Defesa aponta perseguição policial
Na sustentação oral, o advogado Nilo Batista reiterou que o rapper estaria sendo alvo de perseguição por ser filho de Márcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, apontado pela Polícia Civil como líder do Comando Vermelho.
Batista também criticou a abordagem policial que culminou na prisão do artista. “A investida aconteceu de forma inadequada: às 23 horas, com viaturas e agentes descaracterizados”, afirmou. Para a defesa, a operação teria sido conduzida de maneira irregular e reforçaria a tese de perseguição.
Próximos passos
Diante da nova negativa no TJ-RJ, os advogados já anunciaram que vão recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Enquanto isso, Oruam seguirá preso em Gericinó, aguardando os próximos desdobramentos judiciais.