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      Esquema do PCC na Faria Lima foi descoberto durante abordagem a caminhão

      A Receita Federal informou que cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024

      Viaturas policiais (Foto: Reprodução)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez uma abordagem em um caminhão-pipa que descobriu o esquema envolvendo a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o setor de combustíveis e a Faria Lima, onde fica o centro financeiro da cidade de São Paulo (SP). Empresas formuladoras de combustível ligadas ao PCC importaram R$ 10 bilhões em nafta, hidrocarbonetos e diesel, usando dinheiro ilegal da facção. Essas empresas sonegavam impostos, que somaram R$ 8,67 bilhões, e também adulteravam combustíveis distribuídos nos postos, entre 2020 e 2024.

      A Receita Federal informou que cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Conforme o Tribunal de Justiça de São Paulo, “foi estimado pela Polícia Federal o desvio de mais de 10 milhões de litros de metanol para o emprego irregular em postos de combustíveis, havendo indícios de participação e chancela de distribuidoras de combustíveis”.

      Segundo informações publicadas nesta quinta pelos jornalistas Renan Porto, Valentina Moreira e Artur Rodrigues, no Metrópoles, agentes da PRF abordaram o motorista do veículo Renan Diego Inocência da Silva transportando metanol, em 14 maio de 2023 no município de Guarulhos (SP). A substância, utilizada no setor químico para produção de biodiesel, estava sendo desviada para a adulteração de combustível.

      Cerca de 1.400 agentes cumprem, nesta quinta, mandados de prisão e busca e apreensão em sete estados. Mais de 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, são suspeitos da prática de crimes contra a ordem econômica, lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis, fraude fiscal, crimes ambientais e estelionato. Pelo menos seis pessoas foram presas.

      O metanol era carregado no terminal marítimo de Paranaguá, no Paraná, e tinha como destino fiscal em empresas químicas na cidade de Primavera do Leste, Mato Grosso. Na prática, ele era entregue diretamente em postos da Grande São Paulo, onde o combustível era manipulado. Em alguns casos, o metanol adicionado representava até 50% da composição da gasolina vendida.

      Ao invés de percorrer a BR-163, que liga o Paraná ao Mato Grosso, os motoristas cooptados usavam a Rodovia Régis Bittencourt e descarregava o metanol no Autoposto Bixiga, na região central de São Paulo.

      Uma empresa emitia centenas de “tickets de pesagem” com o volume de metanol que seria, teoricamente, entregue no Mato Grosso. O objetivo era simular a legalidade do trajeto e permitir a importação do produto.

      São cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão em oitos estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

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