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      Sobrevivente de 61 socos no elevador diz que não se calará: “não deu certo, eu estou viva”

      Empresária de Natal teve quatro ossos do rosto quebrados em ataque brutal cometido pelo ex-namorado

      Juliana Garcia dos Santos e Igor Eduardo Cabral (Foto: Reprodução (Redes Sociais))
      Laís Gouveia avatar
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      247 - A empresária Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, rompeu o silêncio após sobreviver a uma tentativa brutal de feminicídio praticada pelo ex-namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. Em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, ela enviou um recado direto ao agressor: “Que ele soubesse que não deu certo, que eu estou viva.” O caso, registrado por câmeras de segurança de um elevador em Natal (RN), foi noticiado pela CNN Brasil.

      A agressão durou exatos 36 segundos, do 16º andar até o térreo do prédio onde Juliana morava. Nesse tempo, Igor desferiu 61 socos contra a empresária, quebrando quatro ossos do seu rosto. Ele foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio, mas a dor e o trauma da vítima persistem. Juliana precisou passar por cirurgia de reconstrução facial e, apesar das marcas físicas e emocionais, tem usado sua voz para alertar outras mulheres sobre os riscos do silêncio."A culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima", afirmou ela, que hoje se vê como um símbolo de resistência. “Eu não tenho opção a não ser forte”, declarou. Mesmo diante do horror vivido, Juliana se define como “uma mulher livre e cheia de sonhos”.

      A decisão de permanecer no elevador, segundo ela, foi estratégica e talvez tenha sido vital para que a agressão fosse documentada e para que Igor fosse detido. "Sabia que fora do elevador não tinha câmera", explicou. Ao perceber que o agressor estava alterado, ela tentou impedi-lo de entrar em seu apartamento. Naquele momento, usou gestos e olhares para sinalizar para a câmera da cabine, numa tentativa desesperada de chamar atenção da portaria."Eu gesticulei para a câmera, apontei para ela. Eu queria que entendessem que alguma coisa estava acontecendo", contou. Após a sequência de socos, o agressor deixou o elevador com frieza: "calmo, ajeitando o chinelo, como se nada tivesse acontecido."

      Juliana também revelou que essa não foi a primeira agressão cometida por Igor. O relacionamento, que durou quase dois anos, foi marcado por ciúmes excessivos e violência. Segundo ela, o ex-companheiro já havia quebrado dois de seus celulares e a agredido fisicamente sete meses antes do ataque registrado em vídeo. "Ele tinha um ciúme que eu classifico como 11 em uma escala de 0 a 10", relatou.

      No dia do crime, a discussão teve início quando Igor a acusou de traição e jogou seu celular na piscina do prédio. Dentro do elevador, antes de começar as agressões, ele a ameaçou: "então você vai morrer."

      Às autoridades, o ex-jogador alegou sofrer de claustrofobia. Contudo, até o momento, nenhum laudo foi apresentado para sustentar a justificativa. A delegada-geral do Rio Grande do Norte, Ana Cláudia Saraiva, classificou o episódio como uma "atrocidade, selvageria, uma covardia". Ela reforçou que denúncias são essenciais para quebrar o ciclo de violência e devem ser um compromisso coletivo da sociedade.

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