Polarização política também atinge a imagem do STF, aponta pesquisa

247 – A polarização política que marca o cenário brasileiro também se reflete na percepção da população sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ipespe e divulgada com exclusividade pela coluna da jornalista Roseann Kennedy, no Estado de S. Paulo, 49% dos brasileiros desaprovam a atuação da Corte, enquanto 41% manifestam aprovação. Outros 8% não souberam ou preferiram não opinar. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Embora os números mostrem um certo equilíbrio no julgamento sobre o STF, a avaliação do Congresso Nacional é consideravelmente mais negativa. A Câmara dos Deputados é desaprovada por 63% dos entrevistados e aprovada por apenas 24%. No Senado, a situação não é muito diferente: 61% de reprovação contra 25% de aprovação.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 22 de julho com 2.500 pessoas em todo o país. O levantamento aconteceu logo após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas comerciais ao Brasil — um episódio que gerou repercussões políticas internas e, segundo análise da coluna, contribuiu para reforçar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da opinião pública.

Em relação ao governo Lula, os números indicam uma melhora gradual. A desaprovação, que era de 54% em maio, caiu para 51%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. Com isso, a diferença entre os dois índices, que era de 14 pontos, foi reduzida para 8.

O levantamento revela um quadro de descrédito generalizado em relação às instituições políticas, especialmente o Legislativo, ao mesmo tempo em que indica uma divisão mais equilibrada no julgamento sobre o STF. No caso do governo federal, os dados apontam para uma leve recuperação de imagem, impulsionada por temas de projeção internacional.

A pesquisa evidencia como a polarização no país impacta diretamente a forma como os cidadãos avaliam os Poderes da República. O STF, embora não atinja os índices de rejeição do Congresso, é parcialmente percebido como parte da disputa política.