Jaques Wagner admite reduzir pena dos 'bagrinhos', mas não de mandantes de ações golpistas
O líder do governo sugeriu que a diminuição de algumas punições pode esvaziar o movimento pela anistia
247 - O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta sexta-feira (19) que votaria a favor da redução de pena apenas para os chamados 'bagrinhos' ou 'massa de manobra' envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. De acordo com o parlamentar, a sua posição não beneficiaria Jair Bolsonaro (PL), mas somente réus que não tenham sido mandantes ou financiadores de crimes contra a democracia. O senador sugeriu que a diminuição de algumas punições pode esvaziar o movimento pela anistia defendido por políticos bolsonaristas.
“A ideia de fazer um projeto de lei de, vou chamar, dosimetria, de redução de pena para crimes, como aquele tumulto que foi feito no 8 de janeiro, isso é uma coisa que foi pensado bem antes desse momento. Vou chamar assim os bagrinho, não é que tem bagrinho, mas aquela moçada que foi levada, paga, incentivada a fazer aquela baderna, você eventualmente poderia ter um processo de redução de pena”, disse Wagner ao Uol News.
O senador afirmou que, por consequência de uma eventual redução da pena, “só ia ficar sob investigação os que agora já estão condenados, os líderes do golpe, os que financiaram o golpe, apesar de que os que financiaram até agora não foram atingidos, estão escondidos”.
“No projeto nunca houve redução de pena por mandante do crime. O pessoal seguidor do ex-presidente (Bolsonaro) percebeu que não prospera o absurdo da anistia e estão tentando ir para uma dosimetria de pena que alcance ele também. Eu sou contra essa redução para os mandantes”.
Na última quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para a análise de uma proposta que prevê anistia para lideranças envolvidas em ações golpistas. Com a decisão, o possível perdão judicial pode ser votado diretamente no plenário da Casa, sem antes passar por comissões.
O Supremo Tribunal Federal condenou Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus no inquérito da trama golpista. Ao todo, a Corte tornou 31 réus nessa investigação e novos julgamentos ainda vão acontecer. Já nas apurações sobre os atos golpistas do 8/1, o STF já condenou 643 pessoas.