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Integrantes da CPMI interpretam desistência do "Careca do INSS" como recado a envolvidos no esquema investigado

Presidente da CPMI avalia que Antonio Carlos Camilo Antunes estaria insatisfeito com abandono por parte de aliados

Presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

247 - A desistência repentina do empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, gerou forte reação entre os integrantes da comissão. Poucas horas antes, sua defesa havia informado que ele responderia às perguntas dos parlamentares, o que aumentou a expectativa sobre seu depoimento. Para o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Antunes enviou “ recados” a padrinhos políticos e sócios envolvidos em um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias.  

“(O ‘Careca’) se sentiu abandonado quando foi preso e está mandando um aviso de que ele pode falar e entregar todo o esquema se continuar sendo abandonado”, disse Viana, de acordo com a coluna Radar, da revista Veja. Antunes, que segundo as investigações mantinha relações com empresários, sindicatos e servidores públicos, teria usado o cancelamento do depoimento como forma de pressionar aliados. O senador avalia que a manobra representa um sinal de chantagem aos envolvidos no caso.

Esquema bilionário e o papel de Antunes

As apurações apontam Antunes como operador central do modelo de desvios que atingiu aposentados e pensionistas em todo o país. Ele seria o responsável por articular entidades de classe, empresários e agentes da Previdência Social para movimentar os recursos desviados.

Quebra de sigilos como foco da CPMI

Para avançar na investigação, Carlos Viana defende a aprovação da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do investigado. “Queremos saber quem ele pagou, quais países visitou recentemente e onde escondeu esses recursos”, ressaltou. Com o acesso às informações financeiras, os parlamentares esperam rastrear pagamentos e movimentações suspeitas, além de identificar possíveis destinos do dinheiro desviado.

Próximos passos e votações na comissão

Ainda nesta segunda-feira, o presidente da CPMI confirmou que se reuniria com o relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), e líderes de governo e oposição. O encontro, de acordo com a reportagem, visa construir consenso para a votação, marcada para quinta-feira, de todos os pedidos de convocação em aberto.

Entre os nomes na lista estão ex-diretores do INSS, dirigentes de sindicatos e presidentes de entidades de classe, além de representantes de empresas apontadas como satélites do esquema fraudulento.

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