Bens apreendidos serão usados para ressarcir aposentados vítimas de fraudes, diz presidente do INSS
Presidente do INSS, Gilberto Waller, diz esperar que 100% do ressarcimento sairá do bolso dos fraudadores
247- O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, anunciou nesta segunda-feira (15), em Recife, que os bens apreendidos em operação da Polícia Federal serão utilizados para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas de fraudes. “Na verdade, a gente já tem acionado a Advocacia Geral da União (AGU) para que faça medidas cautelares para poder bloquear esses bens para virem a repor o erário. A gente já tem até um total de 2,8 bi já presos, bloqueados por ordem judicial. A ideia é que 100% do ressarcimento venha sair do bolso de quem fraudou”, disse Waller, de acordo com o g1.
A operação surpreendeu os investigadores pela quantidade de bens de alto valor apreendidos. Segundo o INSS, os recursos servirão exclusivamente para indenizar aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos em seus benefícios.
Empresário preso e entidades fantasmas envolvidas
Entre os detidos está o empresário Maurício Camisotti, ligado a companhias de seguros e planos de saúde. Ele é apontado como sócio oculto de entidades que se beneficiaram do esquema fraudulento.
De acordo com a Polícia Federal, associações fantasmas cadastravam pessoas sem autorização e utilizavam assinaturas falsas para realizar cobranças indevidas nos benefícios pagos pelo INSS.
Depoimento-chave para rastrear esquema fraudulento
Segundo Waller, o depoimento de um dos investigados, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, é considerado essencial para rastrear o destino dos valores desviados. “É importante ouvi-lo, é a primeira vez, eu acho, que a gente vai ter um depoimento de uma pessoa chave nesse esquema fraudulento. É importante saber para onde foi o dinheiro, quem eram as pessoas por trás, como era feito todo esse esquema, para a gente poder conseguir o ressarcimento 100% para os nossos aposentados e pensionistas”, afirmou Waller Júnior.
INSS reforça bloqueio de descontos associativos
Ao comentar sobre fiscalização, o presidente lembrou que atualmente todos os descontos associativos estão suspensos. “Está sendo discutido no Congresso Nacional se volta ou não. Mas o próprio INSS já propôs, num acordo com o Ministério Público, a Defensoria Pública e a OAB, homologado pelo Supremo Tribunal Federal, que se por algum dia voltar esse desconto associativo, teriam que ter outros controles. A gente não pode assinar, por exemplo, um acordo de cooperação com uma instituição fantasma, com uma associação que não existe, não presta nenhum outro serviço. É só para tirar dinheiro do nosso aposentado e pensionista”, destacou.