Defesa de Bolsonaro pede a Moraes autorização para visitas contínuas de político do PL
Advogados mencionaram a relação do vice-presidente do PL-RO com a família do ex-mandatário
247 - A defesa de Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Federal que o ministro Alexandre de Moraes autorize visitas contínuas do vice-presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Rondônia, Bruno Scheid, à residência do ex-chefe do Executivo, em Brasília (DF). A informação foi publicada nesta sexta-feira (5) pelo jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com os autos, os advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Bettamio Tesser afirmaram que o vice-presidente do PL-RO não apenas uma atuação importante na sigla, mas também mantém uma "estreita relação de amizade" com Bolsonaro e seus familiares.
"O Sr. Bruno Scheid, além de sua posição política, mantém com o Peticionante e sua família estreita relação de amizade, circunstância que o levou a prestar apoio contínuo mesmo antes do atual quadro de saúde. Tal vínculo pessoal e familiar reforça a pertinência de sua presença na residência, sobretudo diante da impossibilidade de que a esposa do Peticionante concilie integralmente a atividade laboral com os cuidados exigidos", argumentaram os advogados de Bolsonaro.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília como parte de medidas cautelares por risco de fuga ao exterior e obstrução judicial da investigação sobre o plano golpista. O ex-mandatário é réu no inquérito conduzido pelo Supremo Tribunal Federal. Somadas, as penas ultrapassam os 40 anos de prisão, se ele for condenado. O julgamento começou na última terça-feira (2).
Além de responder a uma ação penal no STF por conta da trama golpista, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por obstrução das investigações sobre a tentativa de golpe. Outro indiciado foi o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Investigadores identificaram obstrução por causa das articulações da família bolsonarista com o governo Donald Trump para aplicar sanções ao Brasil devido ao inquérito do plano golpista. A gestão do presidente norte-americano aplicou um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos e suspender vistos de ministros do STF para o território estadunidense.