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Lula celebra maratona diplomática na Ásia e destaca fortalecimento das relações do Brasil com a região

Presidente ressaltou o sucesso da missão e a ampliação de parcerias estratégicas em energia, tecnologia e comércio exterior

Lula durante visita à Ásia (Foto: Ricardo Stuckert)

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta segunda-feira (27) uma intensa maratona diplomática pela Indonésia e Malásia, que incluiu sua participação inédita na 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Em coletiva de imprensa concedida antes do retorno ao Brasil, Lula fez um balanço positivo da viagem e afirmou que o país vive um novo momento de protagonismo internacional.

Durante a passagem pelos dois países, o presidente firmou acordos em áreas como semicondutores, ciência e tecnologia, energia, agricultura sustentável e inovação. A visita resultou na abertura de seis novos mercados para produtos brasileiros e na assinatura de sete instrumentos de cooperação com a Malásia, além de oito parcerias com a Indonésia.

“É mais uma viagem exitosa do governo brasileiro ao exterior. Temos um potencial extraordinário em todas as áreas para crescer a relação com a Indonésia e a Malásia”, afirmou Lula. Ele destacou a boa relação com o presidente indonésio Prabowo Subianto e o entusiasmo do primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim em estreitar laços com o Brasil.

Diplomacia econômica e presença empresarial

Mais de 100 empresários brasileiros integraram a comitiva presidencial. Lula enfatizou que sua função é abrir caminhos e não negociar diretamente. “O presidente não faz negócio, ele abre portas. E a receptividade tem sido extraordinária. Há muita vontade de conhecer o Brasil, de conhecer a transição energética que o Brasil está pensando”, disse, ressaltando que o país é uma potência energética com quase 90% da matriz elétrica renovável.

Ampliação do comércio e investimentos

O presidente afirmou que o objetivo é elevar o intercâmbio comercial com os países do leste asiático, que hoje gira em torno de US$ 6 bilhões anuais. “Temos que fazer a nossa economia crescer, aumentar o comércio exterior e a atração de investimentos. Isso só se faz pegando na mão das pessoas, olhando nos olhos e convencendo”, declarou.

A corrente comercial entre o Brasil e a ASEAN saltou de US$ 3 bilhões em 2002 para US$ 37 bilhões em 2024, um aumento de 12 vezes.

Encontros bilaterais e avanço diplomático

Lula também manteve reuniões bilaterais com líderes do Vietnã, Singapura e dos Estados Unidos. Com o primeiro-ministro vietnamita Pham Minh Chinh, discutiu a meta de ampliar o fluxo comercial para US$ 15 bilhões até 2030 e um futuro acordo de cooperação econômica com o Mercosul.

Em Singapura, encontrou-se com o primeiro-ministro Lawrence Wong, com quem tratou de temas como inovação, economia verde e descarbonização. Já com o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, conversou sobre a suspensão de tarifas a exportações brasileiras. Segundo Lula, a reunião foi “franca e construtiva” e reforçou o compromisso de aprofundar o diálogo econômico entre os dois países.

Reconhecimento internacional e retomada do protagonismo

Durante a viagem, o presidente recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, em reconhecimento à sua trajetória política e ao combate à fome e à desigualdade.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que esta foi a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à Malásia em 30 anos. O chanceler comemorou o apoio malaio à candidatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e ressaltou a importância do acordo com a indústria de semicondutores.

“Ativa e altiva”: o retorno da diplomacia brasileira

Lula celebrou o convite inédito para participar da Cúpula da ASEAN como prova da nova posição do Brasil no cenário global. “Eu fui o primeiro presidente do Brasil a participar do G7, da reunião da União Europeia com a CELAC, da União Africana e agora da ASEAN, que são 11 países com grande afinidade com o Brasil”, afirmou.

Para o presidente, essa presença reforça a política externa “ativa e altiva” do país, voltada à diversificação de parcerias, ao fortalecimento do multilateralismo e à defesa do livre-comércio.

Com a maratona diplomática pelo leste asiático, o governo brasileiro consolida uma política de aproximação com regiões estratégicas, abrindo espaço para cooperação econômica, tecnológica e ambiental que reposiciona o Brasil como protagonista no cenário internacional.

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