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      Lula alerta sobre avanço do extremismo político em meio a pressões externas dos EUA

      De acordo com o presidente, o plano golpista defendido por Jair Bolsonaro "mostrou que a luta contra o fascismo deve ser permanente”

      Lula participa de reunião sobre democracia em Santiago - 21/07/2025 (Foto: REUTERS/Pablo Sanhueza)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - O presidente Lula (PT) criticou o extremismo político nesta segunda-feira (21) em um cenário de tentativa de interferência dos Estados Unidos no Brasil, por causa do inquérito da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro (PL), aliado do presidente Donald Trump (EUA), que representa a extrema-direita norte-americana.

      "O extremismo político avança sobre as instituições e aprofunda a polarização. A desinformação corrói a verdade”, disse Lula em Santiago, acrescentando que a tentativa de golpe planejada por políticos bolsonaristas em 2022 no Brasil "mostrou que a luta contra o fascismo deve ser permanente”.

      Segundo o presidente, os políticos da extrema-direita internacional usam o “comércio como instrumento de coerção e chantagem, atacam as instituições, solapam a solidariedade das nações”.

      “A extrema-direita latinoamericana é subserviente de antigas hegemonias, é anti soberana”, afirmou o presidente, que também repudiou o “comportamento nazista, fascista, que não respeita a relação civilizada”. “Inimigos da democracia controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Promovem uma verdadeira guerra cultural”.

      Contexto

      No início de julho, o governo Trump decidiu impor uma pesada tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país, medida que entra em vigor em agosto. Em uma carta direcionada ao presidente Lula, o chefe da Casa Branca mencionou explicitamente as ações judiciais contra Jair Bolsonaro como motivação para a decisão.

      A medida foi acompanhada por outras retaliações, como a abertura de uma investigação comercial pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) e o cancelamento de vistos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

      Embora a justificativa oficial tenha sido o caso envolvendo Bolsonaro, analistas apontam que o avanço do BRICS também pesou na decisão. O grupo, que vem ganhando força como alternativa à hegemonia econômica dos EUA, discute a criação de um sistema de pagamentos independente do dólar – uma mudança que pode abalar a influência norte-americana no comércio global.

      Além de ser um polo de resistência ao unilateralismo dos EUA, o BRICS tem ampliado a cooperação entre nações do Sul Global. Dados da ComexVis revelam que o grupo responde por 39% do PIB mundial (em paridade de poder de compra), 24% do comércio internacional e ocupa 36% da área terrestre do planeta.

      O bloco também detém 72% das reservas mundiais de terras raras, matérias-primas essenciais para a produção de alta tecnologia. No setor energético, o BRICS é responsável por 43,6% da produção global de petróleo, 36% do gás natural e 78,2% do carvão mineral, segundo a Agência Internacional de Energia.

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