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Lula afirma que busca equilibrar relações entre EUA e China em meio a pressões de Trump

De acordo com o presidente, “o Brasil tem na China o seu mais importante parceiro comercial"

Brasília (DF) - 24/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de sanção de projetos de lei (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (4) um equilíbrio nas relações do Brasil com os Estados Unidos e com a China, em um cenário no qual o presidente norte-americano, Donald Trump, lança uma guerra comercial contra os dois países.

“O Brasil tem na China o seu mais importante parceiro comercial e estamos muito aquém de atingir o potencial dos dois países”, afirmou Lula, acrescentando que o país sul-americano também “tem uma boa relação com os Estados Unidos”.

O presidente brasileiro destacou as suas observações após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, pressionar o Brasil ao afirmar que o país sul-americano precisa escolher entre China e EUA na política global.

Guerra comercial

Em 30 de julho, o presidente Trump assinou o decreto que impôs uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA. O motivo foi o inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro (PL), mas o Supremo Tribunal Federal condenou o ex-mandatário a 27 anos de prisão.

Conforme destacaram analistas, outra causa do tarifaço foi a expansão do Brasil no BRICS. O grupo é uma das principais frentes de resistência à hegemonia dos EUA em nível global e defende, por exemplo, a adoção de uma moeda comum para reduzir a dependência do dólar.

No caso da China, Trump anunciou, na última quinta-feira (30), a diminuição das tarifas de importação sobre produtos chineses, que passaram de 57% para 47%. A decisão foi anunciada após uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping.

Estatísticas do comércio

Em 2024, o comércio entre Brasil e China atingiu a marca histórica de US$ 158 bilhões, consolidando o país asiático como o principal parceiro comercial brasileiro pelo 16º ano consecutivo. Dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) indicam um expressivo avanço dos investimentos chineses no Brasil. No ano passado, o crescimento foi de 113% em comparação a 2023, totalizando US$ 4,8 bilhões.

Já de acordo com levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), as exportações brasileiras para os Estados Unidos também alcançaram resultados recordes em 2024, somando US$ 40,3 bilhões — um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. As informações, apresentadas nesta quinta-feira (16) em São Paulo, fazem parte do estudo Monitor do Comércio 2024.

O volume exportado também atingiu níveis inéditos, com 40,7 milhões de toneladas enviadas aos Estados Unidos, crescimento de 9,9% sobre 2023. A indústria brasileira registrou vendas de US$ 31,6 bilhões ao mercado norte-americano em 2024, representando alta de 5,8% em comparação ao ano anterior.

Com a adoção de novas tarifas, a balança comercial brasileira apresentou superávit de US$ 3 bilhões em setembro, resultado 41% inferior ao registrado no mesmo mês de 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 5,1 bilhões. Esse foi o segundo mês em que o aumento tarifário determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs barreiras às exportações brasileiras, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

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