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Brasil intensifica diálogo com a China para conter crise global de semicondutores

Governo brasileiro mobiliza-se após conflito entre China e Holanda ameaçar produção automotiva nacional

Funcionária trabalha na linha de produção de uma empresa de chips semicondutores em Suqian, província de Jiangsu, China, 28 de fevereiro de 2023 (Foto: China Daily via REUTERS)

247 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, reuniu-se na última terça-feira (28) com representantes do setor automotivo, de autopeças e de trabalhadores para discutir a escalada da crise global de semicondutores. A informação foi confirmada por encontros convocados pelo ministério.

A origem da crise está na decisão do governo holandês de assumir o controle da fabricante Nexperia, pertencente ao grupo chinês Wingtech. A medida levou Pequim a suspender as exportações de chips essenciais para veículos, afetando diretamente o mercado global e ameaçando a cadeia produtiva brasileira.

O governo brasileiro avalia que, se não houver uma solução rápida, as montadoras instaladas no país poderão paralisar linhas de montagem nas próximas semanas. O embaixador chinês no Brasil comprometeu-se a levar o tema às autoridades de Pequim, enquanto o embaixador brasileiro na China deve acionar a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) para abrir um canal diplomático de negociação.

O que está em jogo

A crise afeta diversos países, mas o impacto sobre o Brasil é particularmente sensível, já que o setor automotivo é um dos principais pilares da indústria nacional. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) alerta que um carro moderno pode conter entre 1 000 e 3 000 chips, e que a falta desses componentes pode comprometer seriamente a produção e os empregos diretos e indiretos ligados às montadoras.

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