Kassab: se 'eleição fosse hoje, Lula seria reeleito' e Tarcísio só disputará a Presidência se tiver 'quase certeza de vitória'
Presidente do PSD diz que eventual candidatura do governador para disputar a Presidência depende do apoio de Bolsonaro e de partidos de centro
247 - O presidente do PSD e ex-ministro Gilberto Kassab avaliou, em entrevista ao jornal O Globo, que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), só deverá lançar sua candidatura à Presidência em 2026 se tiver “quase certeza da vitória”. Para ele, se a eleição fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiria a reeleição. Kassab também previu que Jair Bolsonaro (PL) deve concentrar esforços em disputar uma vaga no Senado, e não o Palácio do Planalto.
O dirigente afirmou que mudou de opinião desde janeiro, quando previa a derrota de Lula caso o petista se candidatasse à reeleição. “Pesquisa reflete momento. Naquele momento, os números mostravam isso. Agora, ele ganharia. Almoçamos ontem, e ele parece bem animado com a reeleição”, disse.
Ao comentar a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassab classificou o episódio como “lamentável”, mas afirmou que a Corte poderia ter evitado a medida no âmbito político. “Nas vírgulas da Constituição, há juristas falando que a decisão do Moraes foi correta. Nas vírgulas da política, ele podia ter evitado”, disse, acrescentando que o enfrentamento entre Judiciário, Legislativo e Executivo “não vai nos levar a lugar nenhum”.
Questionado sobre as declarações do governador Eduardo Leite (PSD-RS), que responsabilizou a família Bolsonaro pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, Kassab disse condenar a postura estadunidense. Segundo ele, as sanções têm relação com a regulação das big techs, com movimentações dos países do Brics e “sim, a presença do Eduardo Bolsonaro no exterior desde o início do ano”. Kassab afirmou ainda que Eduardo “trabalhou e trabalha pelas sanções” e que pensa diferente dessa estratégia.
Na entrevista, Kassab também minimizou a repercussão do uso, por Tarcísio, de um boné com o lema “Make America Great Again” para comemorar a posse de Trump. Ele disse que o governador corrigiu a comunicação para deixar claro o apoio aos produtores brasileiros, mas ressaltou preocupação diplomática: “Será que vamos conseguir criar novos mercados que compensem a perda comercial com os EUA?”.
Sobre a possibilidade de uma eventual candidatura de Tarcísio à Presidência, Kassab afirmou que o governador está refletindo e só entrará na disputa se as pesquisas indicarem alta viabilidade. “Não dá para sair candidato sem o apoio da maior figura da direita”, disse, em referência a Bolsonaro, acrescentando que também será preciso o apoio de partidos de centro. Para ele, o cenário mais provável é Tarcísio concluir o mandato em São Paulo, com a direita e o centro-direita apresentando vários nomes.
O presidente do PSD disse, ainda, que a legenda tem dois pré-candidatos para 2026: Ratinho Jr. e Eduardo Leite, com preferência pelo primeiro. Ele também citou Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) como prováveis concorrentes.
Kassab defendeu que o debate sobre anistia seja permitido, afirmando que “não tem por que impedir a discussão”, mas ponderou que o julgamento do STF ainda não ocorreu. Ao falar sobre outros estados, disse que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pode disputar o governo de Minas ou ir para o Supremo, e que Mateus Simões (Novo) também é um bom nome. No Rio de Janeiro, afirmou que Eduardo Paes “já vestiu a fantasia de candidato” ao governo e tem “marca própria” e apoio expressivo.
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