Mercado Livre cresce 39% e acelera expansão no Brasil
Redução do frete grátis impulsiona número de compradores e fortalece operações de fintech na América Latina
247 - O Mercado Livre registrou um salto expressivo nas receitas do terceiro trimestre de 2025, consolidando-se como a principal força do comércio eletrônico na América Latina. De acordo com dados divulgados pelo Brazil Stock Guide, a companhia reportou receita e ganhos financeiros de US$ 7,4 bilhões, o que representa um crescimento anual de 39% — ou 49% em termos cambiais neutros. O lucro operacional chegou a US$ 724 milhões, com alta de 30% e margem de 9,8%, enquanto o lucro líquido avançou 6%, alcançando US$ 421 milhões, apesar das perdas com a desvalorização do peso argentino.
Segundo o Brazil Stock Guide, o Brasil foi o grande motor desse desempenho. A empresa reduziu o valor mínimo para frete grátis de R$ 79 para R$ 19, o que impulsionou em 29% o número de compradores únicos — o maior crescimento desde 2021 — e aumentou em 42% o volume de itens vendidos. O volume bruto de mercadorias (GMV) subiu 34% em um ano, impulsionado por recordes de acesso, conversão e fidelização, o que elevou a participação de mercado a novos patamares.
Brasil lidera o crescimento
Com uma alta de 28% nos envios em relação ao trimestre anterior, a logística da companhia manteve a eficiência e reduziu em 8% o custo unitário de transporte em moeda local. O México apresentou desempenho semelhante, com aumento de 34% no GMV e redução de 12% nos custos de distribuição. Na Argentina, mesmo em meio à crise econômica, os itens vendidos cresceram 34% e o GMV subiu 44%, demonstrando resiliência em um cenário adverso.
Em toda a operação, o GMV total atingiu US$ 16,5 bilhões — avanço de 28% — e o volume total de pagamentos processados (TPV) cresceu 41%, chegando a US$ 71,2 bilhões.
Fintech se consolida na região
O braço financeiro, Mercado Pago, segue em ritmo acelerado. O número de usuários ativos mensais subiu 29%, alcançando 72 milhões, o que reforça sua posição como o principal ecossistema bancário digital da América Latina. A carteira de crédito da empresa cresceu 83%, atingindo US$ 11 bilhões, enquanto o índice de inadimplência se manteve estável em 6,8%.
No Brasil, mais da metade das transações com cartão de crédito já ocorre fora da plataforma principal, evidenciando a expansão do uso do serviço além do marketplace. Na Argentina, o lançamento do novo cartão Mercado Pago integra o plano da companhia de ampliar o acesso ao crédito — especialmente entre os 60% de adultos que ainda não possuem cartão.
Rentabilidade e perspectiva
Mesmo com a ampliação do subsídio ao frete grátis e o crescimento do social commerce, o Mercado Livre manteve a geração de caixa sólida. O fluxo de caixa livre ajustado foi de US$ 206 milhões, após US$ 357 milhões em investimentos e expansão de US$ 1,7 bilhão na carteira de crédito, parcialmente compensada por US$ 485 milhões de captação de terceiros.
A empresa destacou que este é o 27º trimestre consecutivo com crescimento acima de 30%. “Estamos excepcionalmente bem posicionados para acelerar a inclusão financeira e a penetração do comércio eletrônico em toda a América Latina”, afirmou a companhia em mensagem a acionistas.
Olhar para o futuro
Com a penetração do e-commerce na região ainda em níveis modestos — na casa dos 15% — e a fatia de mercado das fintechs em dígitos únicos, o Mercado Livre acredita que sua trajetória de expansão ainda está no início. O programa de fidelidade MELI+, que integra serviços de streaming e cashback em parceria com empresas como Petrobras e McDonald’s, tem ampliado o engajamento dentro do ecossistema da marca.


