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Embraer prevê espaço para novos concorrentes no mercado aéreo

Presidente da fabricante brasileira avalia que Boeing e Airbus podem dividir setor de aviões de grande porte com outras empresas

Logo da Embraer em Genebra 23/05/2022 (Foto: REUTERS/Denis Balibouse)

247 - O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou que o crescimento da demanda mundial por aeronaves comerciais pode abrir espaço para mais concorrência no mercado hoje dominado pela Boeing, dos Estados Unidos, e pela Airbus, da França. As declarações foram feitas em entrevista ao Financial Times, realizada na sede da empresa em São José dos Campos (SP).

Segundo Gomes Neto, as projeções para as próximas duas décadas indicam uma necessidade de cerca de 40 mil aeronaves de grande porte, conhecidas como wide body. “Quando olho as projeções para os próximos 20 anos, vemos uma oportunidade para 40 mil aeronaves nesse segmento. É muita coisa. Acho que há espaço para mais de dois fabricantes, certo? Talvez três ou quatro”, disse.

Estratégia de expansão

O executivo destacou que a Embraer avalia possibilidades para desenvolver uma nova geração de jatos comerciais e executivos. No entanto, frisou que essa decisão só deverá ocorrer na próxima década, já que a prioridade atual é ampliar as vendas dos modelos já disponíveis no mercado. Ele ressaltou ainda que parte dos clientes pede mais alternativas no setor: “Alguns dizem que gostariam de ter mais opções”, afirmou. “Mas há uma grande distância entre dizer algo e comprar.”

A fabricante brasileira também aposta em expandir a presença internacional de sua divisão de defesa. Entre os projetos, está a tentativa de consolidar o cargueiro militar KC-390 em novos mercados e a busca por contratos nos Estados Unidos. A empresa estuda, inclusive, montar parte da produção em território americano, alinhando-se à exigência da Força Aérea do país de que aeronaves militares sejam fabricadas localmente.

Novos mercados e inovação

Na área de aviação civil, a Índia desponta como um dos principais alvos de expansão da Embraer. Já no setor de mobilidade aérea urbana, a companhia aposta na Eve, sua subsidiária dedicada ao desenvolvimento de táxis aéreos elétricos (eVTOLs). O objetivo é iniciar operações comerciais até o final de 2027.

Para Gomes Neto, a diversificação é essencial para que a Embraer conquiste mais espaço em um setor altamente competitivo. O plano da empresa é se firmar não apenas como fornecedora de jatos regionais, mas também como protagonista em novas tecnologias e mercados estratégicos.

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