BNDES lança pacote verde de R$ 360 mi antes da COP30
BNDES anuncia investimento de R$360 mi em projetos sustentáveis para impulsionar a restauração florestal
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta sexta-feira (10), um pacote de financiamento verde no valor de R$360 milhões. O investimento visa consolidar a liderança do banco em iniciativas de restauração ecológica e bioeconomia regenerativa. O anúncio foi feito em evento realizado no Rio de Janeiro, intitulado “BNDES Florestas do Brasil por Todo o Planeta”, e ocorre pouco antes da COP30, que será sediada em Belém, no próximo mês, e onde temas como o financiamento florestal e inclusão devem dominar a agenda.
A cerimônia contou com a presença de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, que destacou a importância da plataforma BNDES Florestas, criada para organizar e expandir as iniciativas de restauração florestal, bioeconomia e soluções climáticas baseadas na natureza. O lançamento oficial do projeto também marca a ampliação da iniciativa Floresta Viva, que integra uma arquitetura pública de financiamento para reflorestamento no Brasil.
"Estamos transformando a restauração florestal em um motor de desenvolvimento sustentável, combinando crédito, inovação e inclusão social", afirmou Mercadante. Ele também ressaltou que esses projetos demonstram que o Brasil pode liderar a economia verde global com escala, ciência e biodiversidade.
O pacote de financiamento inclui a participação de grandes nomes do setor privado, como a Suzano, Belterra Agroflorestas e a Fundação Bunge/Agrícola Alvorada. Além disso, o evento destacou o lançamento de vários projetos sustentáveis, com foco na restauração de florestas e no fortalecimento da bioeconomia nacional.
Suzano: A maior restauração florestal financiada pelo Fundo Clima
Um dos principais projetos anunciados envolve a Suzano, que recebeu R$250 milhões do BNDES para restaurar 24.300 hectares de florestas nativas nos biomas do Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. Os projetos contemplam áreas nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Pará e Mato Grosso do Sul e devem beneficiar mais de 1.000 propriedades rurais, das quais 60% são de terceiros. A restauração será responsável pela captura de 228.000 toneladas de CO₂ por ano.
Malu Paiva, vice-presidente de Sustentabilidade da Suzano, destacou que o financiamento visa conectar 500.000 hectares de vegetação nativa até 2030. "Esse financiamento apoia o objetivo da Suzano de conectar 500.000 hectares de vegetação nativa até 2030. Ele integra conservação, pesquisa genética e inovação florestal", afirmou.
Belterra: Restaurando terras com sistemas agroflorestais
A Belterra Agroflorestas recebeu R$ 100 milhões do Fundo Clima para implementar o primeiro projeto de restauração produtiva em larga escala do Brasil. O modelo de agroflorestas, que envolve cultivos de cacau, banana e mandioca, será implantado em Bahia, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O projeto prevê o plantio de 2,9 milhões de mudas e tem como objetivo reduzir anualmente 232.500 toneladas de CO₂, gerando créditos de carbono e impulsionando as exportações de cacau regenerativo.
Valmir Ortega, CEO da Belterra, comentou: "Essa operação une crédito, inovação e inclusão para transformar terras degradadas em polos de floresta e alimento. É um modelo replicável de agricultura regenerativa tropical."
Floresta Viva: Restauração em territórios indígenas
Outro destaque foi o lançamento da 13ª chamada do programa Floresta Viva, que destinou R$10 milhões em fundos não reembolsáveis para restaurar florestas em 61 territórios indígenas localizados nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. A iniciativa, que é uma parceria entre BNDES, Fundação Bunge e Agrícola Alvorada, faz parte do Arco da Restauração, projeto que visa criar um cinturão verde conectando os biomas da Amazônia e Cerrado.
Aloizio Mercadante afirmou que o programa fortalece a conservação na zona de transição entre esses biomas, área crucial para o equilíbrio climático e a regulação hídrica. "Esse programa fortalece a conservação na zona de transição Amazônia–Cerrado, essencial para a regulação hídrica e o equilíbrio climático", disse o presidente do BNDES.
O futuro do Fundo Clima e as novas frentes de investimento
Com o anúncio dessas operações, o BNDES Florestas já mobilizou R$ 3,4 bilhões para projetos de restauração ecológica, bioeconomia e inovação climática. O banco se prepara agora para lançar R$ 10 bilhões em fundos de equidade verde, com foco em bioinsumos, tecnologias ambientais e soluções baseadas na natureza, o que deve atrair até R$ 20 bilhões em capital privado.
Mercadante ainda ressaltou as condições únicas do Brasil para liderar a economia verde global, destacando sua biodiversidade, capacidade de geração de energia renovável e potencial tecnológico. "O Brasil tem condições únicas para liderar a economia verde global, com biodiversidade, energia renovável e capacidade tecnológica", concluiu.


