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Com apoio do BNDES, Museu das Amazônias é inaugurado em Belém

O local integra o conjunto de obras feitas pelo Governo do Pará em preparação para a COP 30

Museu das Amazônias (Foto: Divulgação (BNDES))

Agência BNDES - Com parceria técnica e apoio financeiro não reembolsável de R$ 10 milhões do BNDES, o Museu das Amazônias foi inaugurado nessa quinta-feira, 2 de outubro, em Belém, para valorizar a identidade e a diversidade de vozes e saberes que compõe o maior bioma tropical do planeta. Localizado no Porto Futuro II, o Museu integra o conjunto de obras feitas pelo Governo do Pará em preparação para a COP 30.

Entre outras autoridades, participaram da inauguração o presidente Luís Inácio Lula Silva, o governador do Pará, Helder Barbalho, e o presidente do BNDES, Aloízio do Mercadante, e a diretora ambiental do Banco, Tereza Campello.

"Desenhamos o Museu das Amazônias para que na COP, quando vão estar aqui as principais lideranças mundiais, eles pudessem ter uma imersão do que é a Amazônia, a Amazônia ancestral, secular, o que é a Amazônia milenar e o que é a Amazônia hoje e o que é o ponto de não retorno ou restauro florestal. Mostrar toda essa diversidade, essa riqueza, os povos da floresta, toda pluralidade de vida, de diversidade, de culturas, que se constroem em torno da maior floresta tropical do planeta", afirmou Mercadante.

Para o presidente do BNDES, o centro desse projeto é tocar o coração das pessoas. "Não se consegue criar uma educação ambiental falando apenas para a racionalidade. Todas as informações científicas estão disponíveis, mas também é preciso tocar os corações."

Primeiras mostras

O Museu das Amazônias abre com duas exposições. No térreo, há a mostra internacional "Amazônia", do fotógrafo Sebastião Salgado. Com cerca de 200 fotografias em preto e branco, resultado de sete anos de expedições pela região, a exposição propõe uma reflexão sobre a preservação da floresta e o papel das comunidades originárias. Ela será apresentada ao público pelo filho do fotógrafo, Juliano Salgado. Sebastião morreu em maio deste ano.

No mezanino, o público acessa a exposição “Ajurí”, concebida exclusivamente para o Museu das Amazônias. De origem indígena, o título remete ao mutirão e à colaboração, conceitos que inspiraram o processo coletivo de criação do espaço. A exposição valoriza o uso de materiais orgânicos típicos das Amazônias, como fibras de coco, taboa e miriti. A mostra também reúne oito instalações de artistas da região Norte e de outras partes do Brasil, em linguagens que incluem pintura, fotografia, vídeo, escultura e experiências imersivas.

Além do apoio financeiro de R$ 10 milhões não reembolsáveis do BNDES Fundo Cultural, o Banco é responsável por prestar suporte técnico no plano museológico e expográfico e no desenho do modelo de gestão, governança e sustentabilidade financeira futura do museu. O Banco também trabalha com a articulação interinstitucional e como facilitador na captação de recursos para o Museu.

Implementação

O novo equipamento foi implementado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (idg) em parceria com o Museu Goeldi. O idg tem experiência na concepção e gestão de equipamentos culturais em todo o Brasil, sendo responsável por instituições de referência como os Museus do Amanhã e do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, o Museu das Favelas, em São Paulo, e o Paço do Frevo, no Recife.Segundo o diretor-geral do idg, Ricardo Piquet, o novo espaço será um dos grandes legados da COP30.

“É um imenso orgulho ter participado desse processo coletivo e transformador que, ao lado de parceiros que integram a história de luta da Amazônia, ampliou nossos horizontes e nos aproximou de importantes causas pelo respeito à natureza, pela ciência e pelos saberes ancestrais”. O Museu das Amazônias nasceu de um plano de escutas amplo e contínuo. A criação do Comitê Executivo reafirmou o caráter colaborativo do espaço. Além de órgão de gestão, o Comitê acompanha o funcionamento do Museu para assegurar que cada ação esteja em sintonia com a pluralidade amazônica. Ele estabelece diretrizes de comunicação, programação e sustentabilidade financeira.O Comitê é formado por representantes do BNDES, da Secult/PA, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Instituto Cultural Vale (ICV) e do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF). A comissão curatorial do Museu das Amazônias é integrada pela antropóloga, fotógrafa, cineasta e pesquisadora do povo Baniwa, Francy Baniwa; a ecóloga da Embrapa Amazônia Oriental, Joice Ferreira; e a arqueóloga do Museu Paraense Emílio Goeldi, Helena Lima.

Francy Baniwa, Joice Ferreira e Helena Lima reúnem saberes que vão da ancestralidade indígena e das expressões artísticas à pesquisa ecológica e arqueológica, criando um diálogo entre ciência, tradição e memória.

“As múltiplas dimensões simbólicas deste equipamento cultural nos estimulam a pensar um museu que irradiará imaginações de um futuro sustentável, justo, criativo e próspero para as Amazônias e suas gentes”, complementa a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal. O Museu conta com dois grandes espaços expositivos, de 950 m² e 500 m², além de uma loja, uma sala multiuso e uma sala educativa de 77 m². A sala multiuso dispõe de estrutura modular, recursos multimídia e capacidade para 130 pessoas sentadas.

Serviço:

Endereço: Armazém 4A do Complexo do Porto Futuro II, bairro do Reduto – Belém/PA

Horário: de quinta a terça-feira, das 10h às 18h (última entrada às 17h). Fechado às quartas-feiras para manutenção.

A entrada será gratuita durante a fase inicial de abertura do museu, até fevereiro de 2026.

Horário especial: entre os dias 4 e 10 de outubro, o funcionamento será das 10h às 20h. Nos dias 11 e 12 de outubro, o museu estará fechado em razão do Círio de Nazaré.

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