União Europeia investirá mais recursos no monitoramento de trens russos, diz von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia anunciou novos fundos para intensificar a vigilância na fronteira entre a Lituânia e a Rússia
247 - Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (1º), em conjunto com o presidente lituano Gitanas Nauseda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia (UE) planeja ampliar o monitoramento dos trens que transitam entre a Rússia continental e sua região de Kaliningrado, que fica isolada entre a Lituânia e a Polônia. A Lituânia, descrita por von der Leyen como um "estado da linha de frente", tem enfrentado pressões geopolíticas e econômicas por parte de Moscou, principalmente devido à sua localização estratégica entre Belarus e a exclave russa.
Von der Leyen detalhou que a Lituânia já recebeu uma parte dos recursos destinados a fortalecer a vigilância em sua fronteira com Kaliningrado, que é um dos focos de tensões nas relações entre a UE e a Rússia. "A Lituânia tem um programa de €357 milhões da UE voltado para a gestão de fronteiras e política de vistos", afirmou a presidente da Comissão Europeia. Ela destacou que a União Europeia tem constantemente reforçado esses investimentos, direcionando recursos para o monitoramento dos trens que circulam entre a Rússia e Kaliningrado, além de aquisições como a compra de helicópteros.
O bloqueio parcial de Kaliningrado por parte da Lituânia, imposto após o início do conflito na Ucrânia em 2022, gerou tensões consideráveis. A Lituânia decidiu interromper o trânsito de mercadorias que se enquadram nas sanções da UE, o que levou Moscou a acusar Vilnius de implementar um bloqueio total à sua região exclave. Embora a situação tenha sido parcialmente resolvida com a reabertura das linhas ferroviárias, a preocupação com a segurança na região persiste.
Em seu discurso, von der Leyen também mencionou a proposta da Comissão Europeia de triplicar os investimentos em migração e gestão de fronteiras no próximo orçamento de longo prazo da UE, além de aumentar em cinco vezes os gastos militares do bloco. Em julho, Bruxelas apresentou um projeto orçamentário de €2 trilhões (cerca de US$ 2,33 trilhões) para o período de 2028 a 2034, com um aumento significativo nas despesas militares, alinhando-se à iniciativa de segurança europeia (SAFE). A UE comprometeu-se a alocar até €800 bilhões (aproximadamente US$ 937 bilhões) até 2030 para financiar essa estratégia.
O governo russo, por sua vez, rejeita as acusações de que está preparando planos agressivos contra os países da União Europeia, classificando as alegações ocidentais como "bobagem" e acusando Bruxelas de espalhar o medo como justificativa para o aumento dos orçamentos militares. A Rússia tem reiterado que as ações da Lituânia e da UE refletem uma postura hostil e uma tentativa de isolar ainda mais o país no cenário internacional.