Trump transforma funeral de Charlie Kirk em palco político com menções a tarifas e teoria sobre autismo
No velório do ativista de extrema direita, presidente exaltou governo, prometeu medidas e disse que as tarifas estão deixando os EUA “mais ricos”
247 - O funeral do ativista de extrema direita Charlie Kirk tornou-se palco para um discurso político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao longo da cerimônia, Trump alternou homenagens emocionadas ao aliado com declarações sobre seu governo, críticas a adversários e até promessas de novas medidas. As informações são do UOL.
No início de sua fala, o presidente classificou Kirk como um “mártir” do movimento conservador. “O nome de Kirk viverá para sempre no registro eterno dos maiores patriotas da América, ele viverá para sempre. Nenhum de nós jamais vamos esquecer Kirk, nem a história o irá esquecer. Charlie está reunido com seu criador no céu e sua voz vai ecoar por gerações”, disse.
Ele também dirigiu palavras de consolo à família: “Sabemos que nenhuma palavra jamais será suficiente para preencher o vazio que ele deixou. É um vazio que simplesmente não pode ser preenchido. Mas espero que a extraordinária demonstração de emoção ao longo desses últimos 11 dias tenha lhes trazido conforto com a certeza de que seu filho trouxe mais bondade e amor a este mundo em seus breves 31 anos do que a maioria das pessoas consegue trazer em toda uma vida”.
Trump destacou o patriotismo de Kirk, afirmando que o ativista já demonstrava esse espírito desde jovem. O presidente relatou ainda uma de suas últimas conversas com o fundador do Turning Point USA: “Uma das últimas coisas que ele me disse foi: ‘Por favor, senhor, salve Chicago’. Nós vamos fazer isso. Vamos salvar Chicago dos crimes horríveis”.
A partir desse ponto, o tom da fala mudou. Trump declarou abertamente que, ao contrário de Kirk, ele “odeia” seu adversário político. “Talvez consigam me convencer de que isso não está certo, mas odeio meu oponente”, afirmou. O presidente também disse que o Departamento de Justiça investiga supostas “redes de radicais de esquerda que financiam violência política nos EUA” e relacionou a apuração ao assassinato de Charlie Kirk: “Acreditamos saber quem são muitos deles, mas a aplicação da lei pode ser apenas o início de nossa resposta”.
Governo, tarifas e autismo no centro do discurso
Em um momento que destoou das homenagens, Trump aproveitou a ocasião para exaltar realizações de seu governo. Segundo ele, os Estados Unidos “estão muito melhor que um ano atrás”.
Além disso, anunciou que fará na segunda-feira uma comunicação oficial que seria “uma resposta para [a causa do] autismo”. O republicano quer associar o autismo ao uso de Tylenol por mulheres grávidas. De acordo com o Washington Post, Trump acredita que o uso desse medicamento pode causar o autismo, em contrariedade às diretrizes médicas que não veem nexo entre o autismo e Tylenol.
Trump também citou o tarifaço imposto por seu governo a vários países. Ele afirmou que as tarifas estão "nos deixando ricos novamente, mais ricos do que qualquer um jamais imaginou ser possível".