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Trump diz que só se reunirá com Putin após acordo sobre Ucrânia e pressiona China

Presidente dos EUA pressiona setor energético russo com sanções enquanto ataques mútuos aumentam

O presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas a bordo do avião presidencial antes de sua chegada à Malásia - 25/10/2025 (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (25) que só se reunirá com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso exista um entendimento prévio para um acordo que resolva o conflito na Ucrânia. As informações são da agência Sputnik. 

“Precisamos saber que vamos chegar a um acordo. Não vou perder meu tempo. Sempre tive uma ótima relação com Vladimir Putin”, disse Trump a repórteres.

Em 16 de outubro, Putin e Trump realizaram sua oitava conversa telefônica desde o início do ano. Após a ligação, que durou cerca de duas horas e meia, o assessor do Kremlin Yury Ushakov informou que Moscou e Washington começariam imediatamente os preparativos para uma nova reunião entre os dois líderes, prevista para ocorrer em Budapeste.

Segundo Ushakov, o próprio Trump propôs a capital húngara como sede do encontro, e o presidente russo apoiou a ideia. Entretanto, em 22 de outubro, os EUA anunciaram um novo pacote de sanções contra a Rússia, que incluiu medidas contra as gigantes do petróleo Rosneft e Lukoil, além de suas subsidiárias.

Trump também anunciou que havia cancelado a reunião com Putin em Budapeste, mas que pretendia se encontrar com ele futuramente.

Por sua vez, Putin afirmou na quinta-feira (23) que as novas sanções dos EUA são um ato hostil que não contribui para fortalecer as relações entre Moscou e Washington, acrescentando que o setor energético russo permanece resiliente.

"Ajuda da China"

Mais cedo, Trump afirmou que espera contar com a ajuda da China nas negociações com a Rússia.

“Eu adoraria que a China nos ajudasse em relação à Rússia. Impusemos sanções muito fortes à Rússia. Acho que essas sanções estão sendo, sabe, muito duras, muito poderosas. Mas gostaria de ver a China nos ajudar”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One, a caminho da Ásia, segundo uma gravação divulgada pela Casa Branca.

O presidente dos EUA afirmou que planeja discutir o acordo sobre a Ucrânia durante sua próxima reunião com o líder chinês, Xi Jinping. Trump também declarou acreditar que as sanções impostas à Rússia terão efeito. “Ele [o presidente Putin] está dizendo que elas não terão tanto impacto. Não sei. É o que ele diz. Mas não acho que ele esteja certo sobre isso. Vamos ver o que acontece. Acho que ele gostaria que isso terminasse logo”, comentou Trump.

Posteriormente, neste sábado, Trump afirmou que poderá discutir a redução das compras de petróleo russo durante seu próximo encontro com o presidente Xi. “Posso discutir isso... Vocês provavelmente viram hoje que a China está reduzindo substancialmente a compra de petróleo russo”, disse Trump a repórteres.

Encontro "adiado"

O enviado especial do presidente russo para cooperação econômica com países estrangeiros e chefe do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, afirmou que a cúpula entre os presidentes ocorrerá, mas em uma data posterior.

“A reunião entre o presidente Putin e o presidente Trump vai acontecer, mas provavelmente em uma data mais adiante”, disse Dmitriev em entrevista à CNN.

O enviado explicou que o encontro foi adiado, e não cancelado. “Ela precisa ser bem preparada por nossos diplomatas”, acrescentou Dmitriev.

Ataques

Autoridades ucranianas disseram neste sábado que duas pessoas foram mortas e outras 13 ficaram feridas em Kiev depois que mísseis e drones russos atingiram locais na Ucrânia durante a noite, de acordo com a agência Reuters. 

O ataque em Kiev provocou vários incêndios e danificou a infraestrutura residencial, incluindo um jardim de infância, de acordo com autoridades da cidade.

Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia disse que oexército russo realizou na noite de sexta-feira um ataque em grupo contra empresas da indústria de defesa ucraniana e instalações de energia que sustentam suas operações, em resposta aos ataques de Kiev a alvos civis na Rússia. 

As forças russas também atingiram um lançador e um veículo de recarga do sistema de mísseis costeiro Neptun, além de locais de produção de drones e pontos temporários de concentração de tropas ucranianas e mercenários estrangeiros em 154 localidades, acrescentou a pasta. 

Mais cedo, o MD russo disse que as defesas aéreas russas derrubaram 121 drones ucranianos somente na noite passada. “Na noite passada, os sistemas de defesa aérea em serviço interceptaram e destruíram 121 veículos aéreos não tripulados do tipo aeronave pertencentes à Ucrânia”, disse o ministério em comunicado.

Além disso, a barragem do reservatório de Belgorod, na região russa de Belgorod, foi danificada em consequência de um ataque das forças armadas ucranianas, disse neste sábado o governador, Vyacheslav Gladkov. 

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