Trump antecipa mais de 200 ações executivas; confira os destaques
Presidente eleito promete “melhor primeiro dia” e conta com o apoio de grandes nomes do setor tecnológico, incluindo Elon Musk
Reuters – Na véspera de sua posse, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu em Washington um comício que lembrou seus eventos de campanha, reunindo apoiadores usando bonés “MAGA” e exibindo bandeiras americanas. A atmosfera era de celebração por sua vitória, mas também de antecipação quanto às grandes mudanças que o republicano afirma que colocará em prática já no primeiro dia de governo.
Trump pretende assinar mais de 200 ações executivas já nesta segunda-feira, cumprindo as promessas centrais de sua plataforma. Entre os tópicos listados estariam medidas de segurança de fronteiras, deportações em massa, anulações de iniciativas de diversidade no governo, perdões a réus envolvidos nos eventos de 6 de janeiro de 2021, incentivos à produção de petróleo e gás e a substituição de milhares de funcionários de carreira na administração pública por indicados políticos. A meta declarada por Trump é “revogar cada ordem executiva radical e tola do governo Biden” nas primeiras horas de seu mandato.
“O povo americano nos deu sua confiança e, em troca, vamos oferecer o melhor primeiro dia, a maior primeira semana e os 100 primeiros dias mais extraordinários de qualquer presidência na história dos Estados Unidos”, disse Trump aos apoiadores, destacando que recebeu um “mandato claro” para implementar suas políticas.
Comício que foge à tradição
O evento em Washington destoou do que habitualmente se vê na véspera da posse de um novo presidente. Enquanto a transição costuma focar em diálogos institucionais, Trump optou por um grande comício na Capital One Arena, local repleto de símbolos de sua campanha. Alguns dos mesmos nomes que o acompanharam nas eleições subiram ao palco: o CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC), Dana White, o assessor de longa data Stephen Miller e dois filhos de Trump, Donald Jr. e Eric.
Ainda no discurso, o republicano adotou um tom mais contido ao se referir ao governo anterior, evitando ataques pessoais, o que pode sinalizar a tentativa de estabelecer um tom menos beligerante durante a posse. “Todos nós seremos empossados juntos. É assim que eu vejo”, declarou, sob aplausos da multidão.
Populismo e elite corporativa
Nesta segunda-feira, a contrastar com o populismo dos comícios, a cerimônia de posse no Capitólio deve atrair grandes nomes do setor de tecnologia e das finanças, incluindo Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta) e Sundar Pichai (Google). As empresas desses executivos doaram milhões para o fundo inaugural de Trump, e todos devem marcar presença em festas e bailes oficiais, majoritariamente destinados a doadores e membros da elite corporativa.
A equipe de governo que Trump planeja anunciar traz também vários bilionários. Um deles é o próprio Elon Musk, que presidirá o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental e é conhecido por estar ao lado de Trump desde a vitória nas urnas.
“Estamos ansiosos para fazer muitas mudanças, e esta vitória é realmente o início”, afirmou Musk durante o comício, sendo recebido com grande entusiasmo pelo público presente.
Musk em destaque
A participação de Musk no palco foi mais evidente do que a do vice-presidente eleito, JD Vance, que não chegou a discursar. Em determinado momento, Trump até pareceu confuso sobre a localização de seu companheiro de chapa: “Onde quer que ele esteja”, disse, olhando ao redor, “ele está em algum lugar por aqui”.
A expectativa é de que Musk também dê suporte a outros membros nomeados para a Casa Branca — como Russell Vought e James Sherk — na missão de reduzir o tamanho da máquina governamental. Um dos desafios a curto prazo é harmonizar a ala mais populista do trumpismo, ávida por mudanças drásticas, com grandes corporações e investidores, que podem divergir em pautas como visto de trabalho para estrangeiros (H1-B) e regulação de empresas de tecnologia.
Repetindo o clima de campanha
O clima de “retorno às origens” pareceu agradar a Trump, que, no final das eleições, havia lamentado o fim de seus comícios. Em vez de uma cerimônia mais tradicional de transição, o republicano reuniu apoiadores para uma espécie de “despedida de campanha”, repetindo discursos sobre segurança na fronteira e combate ao crime, além de exibir vídeos promocionais de sua trajetória até a vitória nas urnas.
Hoje, no entanto, o dia será marcado pela solenidade de posse no Capitólio. Além do juramento diante dos parlamentares, a programação inclui bailes oficiais e encontros de alto escalão, ocasiões em que Trump deverá reafirmar suas promessas e determinar as primeiras ações de seu governo – movimento que, conforme alertam analistas, pode gerar choques imediatos com setores contrários às mudanças drásticas que o novo presidente pretende impor.
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