247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o professor João Cezar de Castro Rocha analisou o discurso de posse de Donald Trump para seu segundo mandato. Rocha destacou as referências históricas feitas por Trump aos atos de 1798, apontando a tentativa de reviver práticas de deportação e investigação de estrangeiros sem formalidades, em um movimento que, segundo ele, retrocede nos princípios democráticos.
A volta ao passado como projeto político
 Para Rocha, a menção de Trump aos atos de 1798 não é aleatória. “O que ele está dizendo com todas as palavras é: esses imigrantes são inimigos, estamos em guerra e vamos usar as forças federais.” Segundo o professor, esses atos históricos permitiam o uso das forças armadas para expulsar estrangeiros considerados uma ameaça, o que, no contexto atual, reforça a ideia de Trump de decretar estado de emergência na fronteira sul. “Ao declarar o estado de emergência, ele assume poderes similares ao de um ditador no contexto do Império Romano.”
Rocha comparou a postura de Trump com a tentativa de Jair Bolsonaro no Brasil de reverter avanços constitucionais. “No Brasil, o projeto do bolsonarismo era voltar ao ordenamento jurídico pré-1988. Trump quer voltar a 1798 nos Estados Unidos para tratar de uma questão que é central no mundo contemporâneo: a imigração.”
O discurso como arma retórica
 Rocha também destacou os elementos estilísticos do discurso de Trump, marcados por advérbios de comparação e superlativos. “Ele insiste em dizer que a América será ‘mais rica do que nunca’, ‘mais poderosa do que jamais’. Isso reforça a ideia de decadência. O que temos agora é um Trump envelhecido, cuja retórica oscila entre bravata e tentativa de efetividade.”
Segundo o professor, a estratégia discursiva de Trump é clara: avançar em propostas que possam modificar o ordenamento jurídico americano. “Nos primeiros 60 dias, ele lançará mão de medidas que buscam expandir seus tentáculos autocráticos na gestão burocrática do Estado.”
Big Techs e a vitória eleitoral 
Outro ponto levantado por Rocha foi o papel das grandes empresas de tecnologia na vitória de Trump. “O apoio de Elon Musk, que controlou o X (antigo Twitter), foi decisivo. Sem esse apoio, a vitória de Trump em estados pêndulo como a Pensilvânia e Michigan seria impensável.” Ele também mencionou a influência de outras plataformas, como o Instagram e o Facebook, na amplificação de conteúdos favoráveis ao ex-presidente.
Um projeto global de retrocesso
 Para Rocha, o discurso de Trump está alinhado com a filosofia tradicionalista que guia a extrema direita contemporânea. “É um projeto de retorno a uma ‘idade de ouro’ que nunca existiu. Essa visão cíclica da história sustenta a ideia de que, para avançar, é preciso destruir o presente.” Ele concluiu que a visão de Trump ecoa em líderes como Steve Bannon e Elon Musk, que buscam acelerar mudanças para implementar suas agendas.
O estertor de um império
 Apesar da força do movimento trumpista, Rocha vê sinais de declínio. “Estamos assistindo ao estertor de um império em decadência. Essa tentativa de reviver o passado, como o corolário Roosevelt no início do século XX, não será sustentável diante das mudanças estruturais que o mundo enfrenta, especialmente com a ascensão econômica do Oriente.”
Rocha finalizou destacando a importância da resistência contra retrocessos. “O que está em jogo não é apenas o futuro dos Estados Unidos, mas de toda a dinâmica global. Precisamos estar atentos para não subestimar essas estratégias.” Assista: 
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Dafne Ashton

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Entrevistas

“Estamos assistindo ao estertor de um império em decadência”, diz João Cezar de Castro Rocha

247 - Em entrevista ao programa Globalistas na TV 247, Lucas Amorim, pesquisador visitante da Universidade de Georgetown, sugeriu que o Brasil pode entrar no radar do segundo governo Donald Trump. A declaração contraria análises predominantes que indicam uma possível negligência dos Estados Unidos em relação à América Latina. Segundo Amorim, "teremos algumas crises assim contra o Brasil", indicando um cenário de tensões diplomáticas entre os dois países.
O pesquisador destacou que, diferentemente do governo Joe Biden, a nova administração republicana pode trazer maior atenção ao Brasil, especialmente em questões políticas e comerciais. Amorim mencionou que há especulações sobre a possibilidade de Trump intervir em favor da restauração dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que pode gerar atritos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu acho que há uma identificação do Trump, pessoalmente, com a questão do Bolsonaro, principalmente em relação à alegação de perseguição judicial", disse Amorim. Ele também observou que, caso Marco Rubio, senador de ascendência cubana, assuma como secretário de Estado, a política americana para a América Latina pode seguir um tom mais assertivo.
Amorim destacou que o cenário interno dos Estados Unidos também influencia essas relações. Ele lembrou que Trump prometeu reduzir a presença militar americana fora do país e intensificar políticas protecionistas, como a imposição de tarifas comerciais unilaterais. "Talvez não só contra a China, mas também em relação à Europa e outros parceiros comerciais", completou.
Sobre a posse de Trump, que ocorreu em um evento interno no Capitólio, Amorim mencionou o forte esquema de segurança e a decepção entre os apoiadores do presidente. Ele também analisou o impacto das redes sociais no novo governo, observando que Trump reconheceu o papel de Elon Musk no impulsionamento de conteúdos conservadores no Twitter.
A entrevista completa, incluindo reflexões sobre o futuro das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, está disponível no Globalistas, na TV 247. Assista:&nbsp;
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"A militarização em Washington não é típica nem do período de posse", diz pesquisador

247 – No discurso de posse realizado em 20 de janeiro, Donald Trump mencionou William McKinley, o 25º presidente dos Estados Unidos, destacando-o como exemplo de liderança protecionista e de promoção da prosperidade econômica. Segundo <a href="https://www.estadao.com.br/internacional/quem-foi-o-mckinley-citado-por-trump-na-posse-nprei/">artigo de Clayton Freitas</a>, publicado no Estado de S. Paulo, a citação serviu para reforçar a plataforma nacionalista de Trump e sua promessa de proteger a economia americana. Ele também anunciou a intenção de renomear a montanha Denali, no Alasca, para Monte McKinley, como era conhecida até 2015, quando Barack Obama atendeu aos pedidos dos povos nativos e devolveu o nome original da montanha.
“William McKinley enriqueceu nosso país com tarifas e talento. Ele era um empresário nato”, declarou Trump, alinhando-se às políticas do ex-presidente que governou de 1897 a 1901 e que morreu assassinado durante seu segundo mandato. McKinley é lembrado principalmente por sua defesa de altas tarifas alfandegárias, destinadas a proteger a indústria americana, e por conduzir os Estados Unidos a uma expansão imperialista no Pacífico e no Caribe.
<h3>O simbolismo de McKinley no discurso de Trump</h3>
Especialistas ouvidos pelo artigo de Clayton Freitas destacam o simbolismo da escolha de McKinley. Para José Niemeyer, professor de Relações Internacionais do Ibmec-Rio, a citação foi uma estratégia para reforçar o alinhamento de Trump com políticas protecionistas. “Trump busca reviver o espírito de um capitalismo norte-americano protecionista, com viés nacionalista, como uma forma de proteger trabalhadores e empresários em meio à crise da ordem liberal”, avalia Niemeyer.
Já Alcides Peron, coordenador do curso de Relações Internacionais da Fecap, aponta que Trump procura legitimar seu discurso econômico ao se inspirar em figuras como McKinley. “Ao mencionar o ex-presidente, ele tenta conferir substância a seu argumento de que a única saída para os Estados Unidos é proteger sua indústria de concorrências desleais, especialmente com a China e a Europa”, afirma Peron.
<h3>Quem foi William McKinley</h3>
McKinley nasceu em 1843, no estado de Ohio, e começou sua carreira política como defensor do protecionismo. Ele foi o principal responsável pela Tarifa McKinley, de 1890, que elevou as taxas alfandegárias para proteger a indústria americana. Durante sua presidência, destacou-se pela vitória dos Estados Unidos na Guerra Hispano-Americana, que resultou na anexação de Porto Rico, Guam e Filipinas, consolidando o país como uma potência global.
McKinley morreu em 1901, após ser baleado em um atentado durante um evento público. Ele foi o terceiro presidente dos Estados Unidos a ser assassinado, sendo sucedido por seu vice, Theodore Roosevelt.

Redação Brasil 247

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Mundo

Presidente citado por Trump foi protecionista e morreu assassinado a tiros no segundo mandato

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez seu juramento de posse nesta segunda-feira com a mão direita levantada, mas sem colocar a mão esquerda sobre as duas Bíblias que sua esposa Melania segurava enquanto estava ao seu lado.
O aparente descuido não tem impacto prático, segundo acadêmicos, mas despertou curiosidade na internet. Apesar da pompa da posse e de um discurso revigorante, a principal coisa que os norte-americanos pesquisaram no Google sobre Trump na tarde desta segunda-feira foi o fato de ele não ter colocado a mão sobre a Bíblia, que contém escrituras sagradas de cristãos e judeus.
Sobre o que um novo presidente jura, seja uma Bíblia, um documento histórico ou nada, não é relevante para que ele assuma o poder, disse Jeremi Suri, professor de história e acadêmico presidencial da Universidade do Texas, em Austin.
"Não há nada na Constituição que diga que o presidente deve relacionar isso a Deus de alguma maneira", disse. "O juramento é para a Constituição."
"Não acho que isso tenha qualquer efeito com o seu juramento."
Suri acrescentou que a Constituição permite que um novo presidente jure ou ateste. Os pais fundadores dos EUA "deixaram isso em aberto para alguém que seja ateu", afirmou Suri.
Os porta-vozes de Trump não responderam a um pedido de comentário.
O Artigo Dois da Constituição dos EUA diz que um presidente assumindo o cargo "deve fazer o seguinte Juramento ou Afirmação: - Eu juro solenemente (ou afirmo) que executarei fielmente o cargo de presidente dos Estados Unidos e que, com o melhor de minha capacidade, preservarei, protegerei e defenderei a Constituição dos Estados Unidos".
Trump escolheu a Bíblia usada no juramento do 16º presidente, Abraham Lincoln, e outra que foi dada ao próprio Trump pela mãe, segundo sua equipe de transição.

Donald Trump é empossado como 47º presidente dos Estados Unidos pelo presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, enquanto Melania Trump segura a Bíblia no Capitólio, em Washington
20/01/2025
Morry Gash/Pool via REUTERS

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Trump não colocou a mão sobre a Bíblia durante a posse

247 – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (20) que a política oficial do governo dos EUA reconhecerá apenas dois gêneros: masculino e feminino. A declaração foi feita durante o discurso de posse do republicano.
"Esta semana, também porei fim à política governamental de tentar incorporar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada. Vamos forjar sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino", afirmou.
Anteriormente, o novo governo estadunidense chegou a informar que Trump também emitirá uma ordem para acabar com programas de diversidade, equidade e inclusão no governo federal, classificando-os como "radicais e desnecessários", segundo a Reuters.

Bianca Penteado

Trump na cerimônia de posse como presidente dos EUA - 20/1/2025 

"Existem só dois gêneros: masculino e feminino", diz Trump em discurso de posse

247 – Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (20) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro o representa na cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também compareceu ao evento ao lado do parlamentar, por sua vez, não trataria “desses assuntos”.
“Tá lá o Eduardo, que me representa, na verdade é meu filho, confiança 100%. Tá lá com a Michelle nos Estados Unidos, que obviamente não trata desses assuntos. O Eduardo fala inglês, já tá dominando o árabe e tem boa relação com a família do Trump”, disse Bolsonaro ao jornal Auriverde Brasil.
Na mesma entrevista, o ex-mandatário voltou a comentar a atuação de Michelle Bolsonaro: “Minha esposa está lá, fazendo o trabalho dela, muito discreto. Logicamente, eu queria estar ao lado dela”, disse.
Bolsonaro não pôde comparecer à posse de Trump após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve o passaporte do ex-mandatário retido, impedindo-o de deixar o país. A determinação ocorreu no âmbito do inquérito que investiga o suposto envolvimento de Bolsonaro no planejamento de um golpe de Estado.
Para ele, a medida é “uma coisa inacreditável” e enfatizou que a decisão não impede “qualquer um” de fugir.&nbsp;

Brasil

Bolsonaro diz que Michelle faz trabalho discreto e filho o representa na posse de Trump

Reuters – Na véspera de sua posse, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu em Washington um comício que lembrou seus eventos de campanha, reunindo apoiadores usando bonés “MAGA” e exibindo bandeiras americanas. A atmosfera era de celebração por sua vitória, mas também de antecipação quanto às grandes mudanças que o republicano afirma que colocará em prática já no primeiro dia de governo.
Trump pretende assinar mais de 200 ações executivas já nesta segunda-feira, cumprindo as promessas centrais de sua plataforma. Entre os tópicos listados estariam medidas de segurança de fronteiras, deportações em massa, anulações de iniciativas de diversidade no governo, perdões a réus envolvidos nos eventos de 6 de janeiro de 2021, incentivos à produção de petróleo e gás e a substituição de milhares de funcionários de carreira na administração pública por indicados políticos. A meta declarada por Trump é “revogar cada ordem executiva radical e tola do governo Biden” nas primeiras horas de seu mandato.
<blockquote>“O povo americano nos deu sua confiança e, em troca, vamos oferecer o melhor primeiro dia, a maior primeira semana e os 100 primeiros dias mais extraordinários de qualquer presidência na história dos Estados Unidos”, disse Trump aos apoiadores, destacando que recebeu um “mandato claro” para implementar suas políticas.</blockquote>
<h3>Comício que foge à tradição</h3>
O evento em Washington destoou do que habitualmente se vê na véspera da posse de um novo presidente. Enquanto a transição costuma focar em diálogos institucionais, Trump optou por um grande comício na Capital One Arena, local repleto de símbolos de sua campanha. Alguns dos mesmos nomes que o acompanharam nas eleições subiram ao palco: o CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC), Dana White, o assessor de longa data Stephen Miller e dois filhos de Trump, Donald Jr. e Eric.
Ainda no discurso, o republicano adotou um tom mais contido ao se referir ao governo anterior, evitando ataques pessoais, o que pode sinalizar a tentativa de estabelecer um tom menos beligerante durante a posse. “Todos nós seremos empossados juntos. É assim que eu vejo”, declarou, sob aplausos da multidão.
<h3>Populismo e elite corporativa</h3>
Nesta segunda-feira, a contrastar com o populismo dos comícios, a cerimônia de posse no Capitólio deve atrair grandes nomes do setor de tecnologia e das finanças, incluindo Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta) e Sundar Pichai (Google). As empresas desses executivos doaram milhões para o fundo inaugural de Trump, e todos devem marcar presença em festas e bailes oficiais, majoritariamente destinados a doadores e membros da elite corporativa.
A equipe de governo que Trump planeja anunciar traz também vários bilionários. Um deles é o próprio Elon Musk, que presidirá o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental e é conhecido por estar ao lado de Trump desde a vitória nas urnas.
“Estamos ansiosos para fazer muitas mudanças, e esta vitória é realmente o início”, afirmou Musk durante o comício, sendo recebido com grande entusiasmo pelo público presente.
<h3>Musk em destaque</h3>
A participação de Musk no palco foi mais evidente do que a do vice-presidente eleito, JD Vance, que não chegou a discursar. Em determinado momento, Trump até pareceu confuso sobre a localização de seu companheiro de chapa: “Onde quer que ele esteja”, disse, olhando ao redor, “ele está em algum lugar por aqui”.
A expectativa é de que Musk também dê suporte a outros membros nomeados para a Casa Branca — como Russell Vought e James Sherk — na missão de reduzir o tamanho da máquina governamental. Um dos desafios a curto prazo é harmonizar a ala mais populista do trumpismo, ávida por mudanças drásticas, com grandes corporações e investidores, que podem divergir em pautas como visto de trabalho para estrangeiros (H1-B) e regulação de empresas de tecnologia.
<h3>Repetindo o clima de campanha</h3>
O clima de “retorno às origens” pareceu agradar a Trump, que, no final das eleições, havia lamentado o fim de seus comícios. Em vez de uma cerimônia mais tradicional de transição, o republicano reuniu apoiadores para uma espécie de “despedida de campanha”, repetindo discursos sobre segurança na fronteira e combate ao crime, além de exibir vídeos promocionais de sua trajetória até a vitória nas urnas.
Hoje, no entanto, o dia será marcado pela solenidade de posse no Capitólio. Além do juramento diante dos parlamentares, a programação inclui bailes oficiais e encontros de alto escalão, ocasiões em que Trump deverá reafirmar suas promessas e determinar as primeiras ações de seu governo – movimento que, conforme alertam analistas, pode gerar choques imediatos com setores contrários às mudanças drásticas que o novo presidente pretende impor.

Trump antecipa mais de 200 ações executivas; confira os destaques

Reuters – Donald Trump será empossado como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira, em cerimônia inédita realizada na Rotunda do Capitólio, em Washington, D.C. O evento foi transferido para o interior do edifício devido às baixas temperaturas previstas, marcando a primeira vez em quatro décadas que a posse presidencial ocorre sob o emblemático domo neoclássico.
A escolha do local traz à tona memórias do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o prédio em uma tentativa violenta de reverter sua derrota na eleição de 2020. O tumulto causou cerca de US$ 1,5 milhão em danos, segundo estimativa do Escritório do Arquiteto do Capitólio, e deixou marcas profundas na história política do país.
<h3>O peso simbólico da Rotunda após o ataque</h3>
O ato de 2021, marcado por cenas de vandalismo, confrontos com a polícia e símbolos do movimento "Make America Great Again", resultou em danos ao patrimônio histórico e profundo impacto político. Um dos episódios mais emblemáticos foi a imagem de um homem carregando o púlpito da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
Após o ataque, a Rotunda se tornou palco de diversos momentos marcantes:
<ul>
 <li>Limpeza simbólica: No dia seguinte ao ataque, o então deputado democrata Andy Kim foi fotografado ajoelhado no chão da Rotunda, recolhendo detritos deixados pelos invasores. Mais tarde, Kim foi eleito senador.</li>
 <li>Impeachment de Trump: Em 25 de janeiro de 2021, os artigos de impeachment contra Trump, acusando-o de incitar a insurreição, foram formalmente levados pela Rotunda ao Senado. Trump foi absolvido, mas o julgamento reforçou a polarização política.</li>
 <li>Homenagem póstuma: O policial Brian Sicknick, que enfrentou os invasores e morreu no dia seguinte, foi velado com honras na Rotunda, um gesto raramente reservado a figuras públicas. Seus pais, ao receberem a Medalha de Ouro do Congresso em 2022, recusaram-se a cumprimentar os líderes republicanos Kevin McCarthy e Mitch McConnell.</li>
</ul>
<h3>O retorno de Trump ao Capitólio</h3>
Trump visitou o Capitólio em 9 de janeiro de 2025, após o falecimento do ex-presidente Jimmy Carter, marcando sua primeira aparição no local desde a invasão. Sua presença reacendeu debates sobre seu papel no ataque de 2021 e a responsabilidade histórica do evento.
O simbolismo de realizar sua posse no mesmo espaço onde ocorreram atos violentos e divisivos é inegável. O evento destaca não apenas a resiliência institucional, mas também a continuidade de profundas divisões políticas nos Estados Unidos.

Sede do Capitólio no 6 de janeiro de 2021

Trump será empossado no Capitólio, local da violenta invasão de 6 de janeiro

Reuters – Milhares de apoiadores de Donald Trump lotaram a Capital One Arena em Washington neste domingo para celebrar a iminente posse do presidente-eleito, marcada por planos de reestruturar agressivamente as políticas de imigração e comércio dos Estados Unidos
O "Make America Great Again Victory Rally" trouxe um tom festivo, com apresentações musicais como a de Kid Rock e discursos de figuras próximas a Trump, incluindo Stephen Miller, assessor de longa data. Durante sua fala, Miller anunciou que Trump assinaria, já na segunda-feira, uma ordem executiva que, segundo ele, “acabará com a invasão na fronteira, mandará os ilegais de volta e retomará a América”, arrancando aplausos calorosos da multidão.
<h3>Um tom populista e polarizador</h3>
O evento foi descrito como um retorno à abordagem populista que marcou a primeira campanha presidencial de Trump em 2016. "Esse é um momento único na vida", afirmou Val Tordjman, 58 anos, que viajou de Denver para participar do evento, apesar do frio rigoroso e da chuva que atingiram Washington.
A Capital One Arena foi escolhida para abrigar parte das festividades após o cancelamento dos eventos ao ar livre devido à previsão de temperaturas abaixo de -7°C. As ruas próximas ao Capitólio e à Casa Branca foram cercadas por barreiras de aço e estavam sob forte vigilância policial, destacando as preocupações de segurança para a cerimônia de posse.
<h3>Previsão de ações contundentes no governo</h3>
A cerimônia de posse, marcada para o meio-dia de segunda-feira, será realizada na rotunda do Capitólio. Analistas apontam que o discurso inaugural de Trump e o rally deste domingo oferecem um vislumbre do tom de seu segundo mandato. Segundo Mike Waltz, futuro conselheiro de segurança nacional, Trump focará suas primeiras ações executivas em políticas de imigração, energia e diversidade. “O povo americano deu um mandato claro: proteger nossas fronteiras, deportar os piores criminosos e enfrentar os cartéis”, disse Waltz em entrevista ao programa Face the Nation da CBS.
Entre os participantes, destacaram-se o bilionário Elon Musk, que se tornou um aliado de Trump ao investir mais de US$ 250 milhões em sua campanha, e JD Vance, vice-presidente-eleito. Musk, conhecido por sua influência tanto nos setores tecnológicos quanto políticos, discursou ao lado de outros nomes de peso, como Dana White, CEO do UFC, e a comentarista conservadora Megyn Kelly.
Enquanto isso, o presidente Joe Biden realizou sua última viagem oficial a Charleston, Carolina do Sul, onde participou de homenagens ao legado de Martin Luther King Jr. No mesmo evento, Biden pediu aos democratas que mantenham a esperança, em um discurso que marcou o encerramento de seu mandato.
A cerimônia de posse deve contar com cerca de 25 mil agentes de segurança, um dos maiores esquemas já registrados, destacando o momento de polarização política que vive o país.

Apoiadores se preparam para a posse de Trump

Milhares de apoiadores de Trump se reúnem em Washington para a posse

<a href="https://www.infomoney.com.br/mundo/imigracao-economia-tiktok-o-que-trump-pode-fazer-no-primeiro-dia-na-casa-branca/">Por InfoMoney -</a> Donald Trump prometeu que vai “fazer cabeças girarem” após sua posse nesta segunda-feira (20). Segundo a imprensa americana, ele pode anunciar até 100 ordens executivas horas após ser empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos.
Essas diretrizes presidenciais podem afetar desde imigração até criptomoedas. Essas ordens não exigem aprovação do Congresso, têm força de lei e permanecem em vigor até serem revogadas, suspensas ou expirarem.
Veja o que Trump pode fazer em seu primeiro dia de volta à Casa Branca:
<h3>Imigração</h3>
Trump prometeu lançar “o maior programa de deportação da história americana”. Entre as medidas já prometidas está um canal para denúncias anônimas de imigrantes ilegais. O presidente eleito também disse que vai acabar com uma política que impede as autoridades federais de imigração de realizarem operações em igrejas e escolas.
Além disso, Trump promete acabar com a cidadania por direito de nascimento. Ele chamou de “ridículo” o direito constitucional que diz que qualquer pessoa nascida em solo americano é um cidadão americano, prometendo eliminá-lo no primeiro dia. Mas fazer isso exigiria uma mudança na Constituição americana, algo que não é tão simples.
A imprensa americana diz que o governo Trump busca fechar a fronteira com o México por motivos sanitários. Uma lei de 1944 permite que o governo dos EUA restrinja a migração para proteger a saúde pública, sendo usada pela última vez durante a pandemia.
Por fim, Trump pode tomar medidas para terminar a construção do muro na fronteira sul do país. Embora partes do muro tenham sido construídas, a obra está longe de ser concluída.
<h3>Comércio e economia</h3>
Trump prometeu tarifas de 10% sobre todas as importações, 25% sobre produtos canadenses e mexicanos e 60% sobre produtos vindos da China. Ele disse que começará a assinar ordens executivas impondo isso no primeiro dia de governo.
Além disso, especialistas acreditam que Trump pode criar rapidamente uma “reserva estratégica” de Bitcoin, semelhante ao estoque de ouro e petróleo dos EUA. Ele disse que ela serviria como um “ativo nacional permanente para beneficiar todos os americanos”.
<h3>Clima e energia</h3>
O presidente que está saindo vê a série de diretrizes, leis e programas de financiamento que defendeu para aumentar empregos verdes, regular a poluição e financiar infraestrutura como uma de suas maiores conquistas.
Trump deixou claro que espera desfazer grande parte das normas que Joe Biden criou para estimular empregos verdes, regular a poluição e combater as mudanças climáticas.
Espera-se que ele use ordens executivas para acabar com as restrições de perfuração em terras federais. Ele também prometeu vetar novos projetos eólicos e cancelar benefícios para veículos elétricos (o que pode desagradar seu grande apoiador, Elon Musk, dono da Tesla).
Além disso, espera-se que Trump retire os EUA novamente do Acordo Climático de Paris, um marco internacional projetado para limitar o aumento das temperaturas globais.
<h3>6 de janeiro</h3>
Centenas de condenados pela invasão do Capitólio dos EUA em 2021 esperam um perdão nesta segunda-feira. “Estou inclinado a perdoar muitos deles”, disse Trump. “Não posso dizer por cada um deles, porque alguns provavelmente perderam o controle.”
<h3>Política externa</h3>
Trump disse que acabaria com a guerra entre Rússia e Ucrânia no primeiro dia de sua presidência. Desde então, ele afirmou que pode precisar de seis meses. Além disso, Trump já se disse responsável pelo cessar-fogo entre Israel e Hamas que entrou em vigor neste domingo (19).
O presidente eleito também pode editar ordens executivas para desfazer a decisão de Biden que removeu Cuba de uma lista de patrocinadores do terrorismo. Por fim, Trump também pode restabelecer sanções contra a Venezuela.
<h3>Diversidade e gênero</h3>
Trump pode usar uma ordem executiva para proibir o financiamento federal para escolas ou outras instituições que tenham programas de “diversidade, equidade e inclusão”. Ele também poderia proibir o financiamento para escolas que ensinam “teoria crítica da raça”.
Além disso, espera-se que o presidente eleito restabeleça a política que proíbe a ajuda federal a grupos internacionais que fornecem aconselhamento sobre aborto.
Trump também prometeu barrar mulheres trans de competirem em esportes femininos.
<h3>TikTok</h3>
Trump disse que “provavelmente” pretende adiar, por três meses, a proibição no país do aplicativo, que saiu do ar nos EUA na noite do sábado (18). Ele afirmou que um anúncio sobre o assunto deve ocorrer em seu primeiro dia oficial no cargo.

Imigração, economia, TikTok: o que Trump pode fazer no primeiro dia na Casa Branca

WASHINGTON (Reuters) - Milhares de pessoas, a maioria mulheres, se reuniram em Washington neste sábado para um protesto antes da posse do presidente eleito Donald Trump, algumas utilizando chapéus cor-de-rosa que marcaram uma manifestação muito maior contra sua primeira posse, em 2017.
No Franklin Park, um dos três pontos de partida para a “Marcha do Povo” que percorrerá o centro da cidade, manifestantes se reuniram debaixo de uma leve chuva para defender justiça de gênero e autonomia sobre o próprio corpo.
Mais manifestantes se reuniram em outros dois parques também próximos à Casa Branca, com um grupo focado em democracia e imigração e outro em questões locais de Washington, antes de se dirigirem ao encontro final da marcha, no Lincoln Memorial.
As manifestações contra a posse de Trump estão muito menores do que em 2017, em parte porque o movimento pelos direitos das mulheres dos EUA se fraturou após a derrota que ele impôs à vice-presidente Kamala Harris em novembro.

Milhares de pessoas se reúnem em Washington para se manifestar contra posse de Trump

247 – Jair Bolsonaro chorou neste sábado (18) ao comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve o passaporte do ex-mandatário retido, impedindo-o de deixar o país para participar da cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Obviamente seria muito bom a minha ida lá. O presidente Trump gostaria muito, tanto é que ele me convidou. Estou chateado, abalado ainda, mas eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa”, afirmou.&nbsp;
A determinação de Moraes ocorre no âmbito do inquérito que investiga o suposto envolvimento de Bolsonaro no planejamento de um golpe de Estado.
<h3>Michelle comparece à posse</h3>
O ex-mandatário acompanhou a esposa, Michelle Bolsonaro, até o aeroporto de Brasília na manhã de hoje. Ela viajará para participar da posse do republicano.
Na ocasião, Bolsonaro declarou estar "constrangido" com a situação.
“Espero que sua excelência [Alexandre de Moraes] não queira colocar em mim, para humilhar de vez, uma tornozeleira eletrônica. Estou constrangido. Queria estar com minha esposa. Meu filho Eduardo vai acompanhá-la [na cerimônia]", disse.

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