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Senado dos EUA avança em acordo para encerrar a mais longa paralisação do governo

Projeto prevê extensão de financiamento até janeiro de 2026 e reverte demissões ordenadas por Donald Trump

A cúpula do Capitólio dos EUA é vista além de uma fonte em Washington, EUA, em 12 de agosto de 2022. (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

247 - O Senado dos Estados Unidos deu um passo decisivo na madrugada desta segunda-feira (10) para encerrar a mais longa paralisação governamental da história do país, já em seu 40º dia. O avanço ocorreu com a aprovação preliminar de um projeto de lei que prorroga o financiamento federal até 30 de janeiro de 2026.

O texto foi aprovado por 60 votos a 40, o mínimo necessário para superar a obstrução no Senado, após semanas de impasse entre democratas e republicanos. O pacote inclui a reversão das demissões de servidores públicos federais ordenadas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o período de paralisação, e prevê mecanismos para impedir novas dispensas até o final do ano fiscal.

Acordo bipartidário e pagamento retroativo

Além de garantir a retomada dos salários atrasados aos servidores afetados, o projeto mantém o financiamento de programas de assistência alimentar até 2026. O consenso foi alcançado após intensas negociações no fim de semana, lideradas pelos senadores Jeanne Shaheen, Angus King e Maggie Hassan — todos ex-governadores —, em articulação com John Thune, líder da maioria republicana, e com representantes da Casa Branca.

Pelo menos oito senadores democratas contrariaram a liderança do próprio partido para apoiar a medida, entre eles Catherine Cortez Masto, John Fetterman, Tim Kaine, Jacky Rosen, Maggie Hassan, Jeanne Shaheen, Dick Durbin — líder da minoria democrata — e o independente Angus King. O republicano Rand Paul foi o único de sua bancada a se posicionar contra o texto.

Durante a votação, quatro republicanos retardaram o voto e se reuniram brevemente com Thune e o presidente da Comissão de Finanças, Mike Crapo, antes de confirmarem o apoio. Um dos últimos a se manifestar, o senador Ron Johnson afirmou apenas que havia “assuntos pendentes”, após um rápido cumprimento de mãos.

Próximos passos e impacto político

Apesar do avanço, o projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Representantes antes de seguir para sanção presidencial de Trump. A liderança democrata informou aos parlamentares que as votações na Câmara podem ocorrer ainda nesta semana, com aviso prévio de 36 horas, em razão de cancelamentos de voos provocados pela paralisação.

A sessão do Senado será retomada na manhã desta segunda-feira (10) para dar continuidade à tramitação da proposta, que também inclui uma votação em dezembro sobre a Affordable Care Act (Lei de Acesso à Saúde).

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