Secretário-Geral da Otan pede que países-membros enviem mais armas para a Ucrânia

247 - O novo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, conclamou os países-membros da aliança a seguirem o exemplo da Holanda no envio de armamentos à Ucrânia. A declaração foi feita nesta segunda-feira (4), após a entrega do primeiro pacote de equipamentos militares dos Estados Unidos ao governo de Kiev, no âmbito da iniciativa Lista de Requisitos Priorizados da Otan para a Ucrânia (PURL, na sigla em inglês). As informações foram divulgadas pela agência russa TASS.

“O secretário-geral e o governo holandês confirmaram que os Países Baixos estão financiando integralmente o primeiro pacote”, informou o serviço de imprensa da Otan em nota oficial. O montante de € 500 milhões será destinado à aquisição de sistemas de armas fabricados nos EUA, como peças de reposição e mísseis Patriot, conforme detalhado pelo ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans.

Mark Rutte destacou a importância da iniciativa e incentivou os demais aliados a se engajarem de forma semelhante. “Elogio a Holanda por assumir a liderança e transformar esta iniciativa em apoio concreto no terreno”, afirmou. “Escrevi a todos os Aliados da Otan, instando-os a contribuírem para esta iniciativa de compartilhamento de responsabilidades, e espero novos anúncios significativos de outros Aliados em breve.”

O gesto do governo holandês também foi celebrado por representantes norte-americanos. O embaixador dos Estados Unidos na Oan, Matthew Whitaker, elogiou a decisão de Haia, que fortalece a cooperação transatlântica na estratégia de apoio militar a Kiev.

Segundo a Otan, a nova iniciativa de apoio à Ucrânia foi articulada com base em um acordo firmado em 14 de julho entre Mark Rutte e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O plano prevê a entrega periódica de pacotes no valor aproximado de US$ 500 milhões, custeados por países europeus e pelo Canadá. O conteúdo dos pacotes será definido a partir das prioridades operacionais indicadas pelo governo ucraniano.

Com essa decisão, a Holanda se torna o primeiro país da Otan a efetivar a compra de armamentos norte-americanos para entrega direta à Ucrânia no novo formato multilateral. A medida reforça a pressão sobre os demais membros da aliança, em um momento em que crescem os apelos de Kiev por apoio militar sustentado e previsível, frente à prolongada guerra contra a Rússia.

Ainda segundo o comunicado, a PURL representa um novo modelo de coordenação entre os aliados, em que as entregas são realizadas com base em uma lista comum de necessidades apresentada pelas autoridades ucranianas e operacionalizada por meio de compras conjuntas ou financiamentos nacionais.

A expectativa, segundo Rutte, é de que o gesto de Haia funcione como catalisador para que outras capitais europeias se comprometam com a política de corresponsabilidade no envio de armamentos à Ucrânia.

A decisão holandesa ocorre em meio à intensificação das movimentações militares no front oriental europeu e à retomada da ofensiva diplomática da OTAN sob a nova liderança de Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, que assumiu o comando da organização militar neste segundo semestre de 2025.