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      Secretário-Geral da ONU reafirma que Estado palestino é um direito, não uma recompensa

      António Guterres cobra medidas urgentes contra agressões em Gaza e defende solução de dois Estados como único caminho para a paz

      António Guterres (Foto: TASS)
      José Reinaldo avatar
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      247 - O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou nesta terça-feira (29), que o estabelecimento de um Estado palestino não deve ser visto como uma concessão, mas como um direito legítimo do povo palestino. “Um Estado palestino é um direito, não uma recompensa”, afirmou Guterres durante conferência de alto nível realizada na sede das Nações Unidas, em Nova York, com o objetivo de debater os caminhos para a implementação da solução de dois Estados no conflito entre Israel e Palestina.

      O encontro internacional foi organizado por França e Arábia Saudita, e reuniu representantes de diversos países e organizações multilaterais empenhadas na busca por uma paz duradoura no Oriente Médio.

      Em seu pronunciamento, Guterres foi enfático ao alertar que negar a criação de um Estado palestino “só fortalecerá os extremistas, aprofundará o isolamento internacional de Tel Aviv e agravará a instabilidade global”. Segundo ele, o impasse diplomático e a inação diante das violações sistemáticas de direitos têm levado o processo de paz a um estado de estagnação prolongada.

      “Durante décadas, a diplomacia no Oriente Médio foi um processo. As palavras perderam o peso diante da realidade da ocupação, da violência e da anexação”, lamentou o chefe da ONU. Para Guterres, a única solução realista é o reconhecimento de dois Estados soberanos, democráticos e independentes, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, com base nas linhas de 1967 e com Jerusalém como capital compartilhada.

      O secretário-geral da ONU também rejeitou a possibilidade de um Estado único sob domínio israelense, no qual os palestinos permaneceriam sem direitos iguais. “Qual é a alternativa? Um Estado único onde os palestinos vivem sob ocupação permanente, sem direitos iguais? Isso não é paz nem justiça, nem é permitido pelo direito internacional”, enfatizou.

      Guterres apelou ainda por ações concretas e imediatas para conter a escalada de violência e responsabilizar os autores de crimes cometidos contra civis. “Precisamos de medidas urgentes e tangíveis para acabar com a agressão, os assentamentos e anexações, o deslocamento forçado, todas as formas de limpeza étnica e a responsabilização por crimes de guerra”, declarou.

      Referindo-se à situação em Gaza, Guterres descreveu o cenário como uma catástrofe humanitária em curso. “A população está ameaçada pela fome, ataques e destruição, enquanto o mundo assiste”, disse. Nesse sentido, exigiu um cessar-fogo imediato e permanente, a libertação incondicional de todos os reféns e o acesso humanitário pleno e irrestrito ao território.

      Para o chefe das Nações Unidas, essas medidas não devem ser vistas como obstáculos ao processo de paz, mas como pilares indispensáveis para a construção de um novo caminho.

      Guterres concluiu sua intervenção com um apelo moral à comunidade internacional: “Este não é apenas um desafio político, mas um imperativo moral. Escolhamos finalmente o caminho da paz. Não como um sonho, mas como um compromisso real, para todos os povos do mundo”.

      As declarações de Guterres ganham peso num momento em que crescem as pressões globais pelo fim do genocídio. A conferência, ao reunir diferentes vozes do cenário internacional, reafirma a urgência de colocar o direito internacional e os princípios humanitários no centro das decisões políticas em relação à Palestina.

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