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      Secretário da Defesa dos EUA demite chefe da espionagem do Pentágono em novo expurgo no governo Trump

      Decisão atinge Jeffrey Kruse e outros altos oficiais, ampliando a onda de afastamentos promovida por Trump

      Jeffrey Kruse (Foto: Leah Millis/Reuters)

      247 - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou a demissão do chefe da Agência de Inteligência de Defesa (DIA), tenente-general Jeffrey Kruse, além de outros dois comandantes militares de alto escalão. A informação foi divulgada pela Reuters nesta sexta-feira (22), marcando mais um episódio na série de expurgos promovidos pelo governo do presidente Donald Trump no Pentágono.

      De acordo com a agência, não está claro o motivo imediato para a saída de Kruse, mas ele se soma a uma lista crescente de autoridades militares e de inteligência afastadas desde o início do segundo mandato de Trump. Fontes ouvidas pela Reuters sob anonimato confirmaram ainda que o chefe da reserva naval e o comandante do Comando de Guerra Especial Naval também foram removidos.

      Críticas no Congresso

      A decisão gerou reação imediata no Senado. O democrata Mark Warner, vice-presidente do Comitê de Inteligência, criticou a medida como parte de uma perigosa politização da segurança nacional.

      “A demissão de mais um alto funcionário da segurança nacional ressalta o hábito perigoso do governo Trump de tratar a inteligência como um teste de lealdade em vez de uma salvaguarda para o nosso país”, declarou Warner.

      Contexto do expurgo

      Este não é um caso isolado. Desde o início do ano, Trump e Hegseth têm promovido uma ampla reformulação da cúpula militar. Em fevereiro, o general da Força Aérea C.Q. Brown, então chefe do Estado-Maior Conjunto, foi destituído junto com outros cinco generais e almirantes, em um movimento considerado sem precedentes. Em abril, o general Timothy Haugh também foi afastado da Agência de Segurança Nacional, em meio à saída de mais de uma dezena de funcionários da Casa Branca ligados ao Conselho de Segurança Nacional.

      A decisão mais recente ocorre após a divulgação de uma avaliação preliminar da DIA sobre os bombardeios norte-americanos de 22 de junho contra três instalações nucleares no Irã. O relatório apontava que os ataques atrasaram o programa de Teerã apenas por alguns meses, contrariando a versão de Trump de que os alvos haviam sido “aniquilados”. A divulgação enfureceu a Casa Branca, que classificou a avaliação como “completamente errada”. O presidente também voltou a atacar veículos de imprensa como CNN e The New York Times, chamando-os de “fake news”.

      Cortes e retirada de credenciais

      A saída de Kruse acontece poucos dias depois de Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional, anunciar a revogação das credenciais de segurança de 37 agentes e ex-agentes de inteligência, a mando de Trump. Desde o início de seu segundo mandato, dezenas de autorizações foram retiradas, inclusive de figuras como Joe Biden e Kamala Harris.

      Além disso, Gabbard confirmou nesta semana a primeira grande reestruturação de seu gabinete desde a criação do cargo. O plano prevê a redução de mais de 40% do quadro de pessoal até 1º de outubro, com uma economia estimada de US$ 700 milhões por ano.

      Com a nova onda de demissões e cortes, o governo Trump consolida um movimento que especialistas em segurança classificam como uma das mais agressivas intervenções políticas no aparato de defesa dos Estados Unidos em décadas.

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