Risco à diplomacia com Pequim faz EUA e Taiwan adiarem visita controversa

247 - O líder da província chinesa de Taiwan, Lai Ching-te, decidiu adiar uma viagem internacional que previa escalas diplomáticas nos Estados Unidos, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters. O giro, que ainda não havia sido oficialmente confirmado, incluiria visitas a países da América Latina, como Guatemala, Belize e Paraguai, com paradas em cidades norte-americanas como Nova York e Dallas.

De acordo com três fontes próximas ao assunto, a decisão de adiar o itinerário leva em conta uma série de fatores, entre eles os recentes esforços de resposta a desastres climáticos no sul de Taiwan, a sensibilidade geopolítica do momento e as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

A visita, se confirmada, poderia ter gerado mais atritos entre Pequim e Washington. A China reafirma constantemente que Taiwan é parte inalienável de seu território e denuncia ações de ingerência de potências ocidentais que deem qualquer forma de respaldo ao separatismo taiwanês.

Embora o Escritório Presidencial de Taiwan não tenha confirmado nem cancelado formalmente a viagem, um porta-voz disse que, “considerando os recentes esforços de reconstrução após o tufão, as medidas tarifárias recíprocas entre EUA e Taiwan e o cenário regional”, não há, no momento, planos de viagem ao exterior.

Uma fonte com conhecimento direto do planejamento afirmou que a viagem está sendo reprogramada para o fim do ano, com escalas nos Estados Unidos ainda sendo consideradas.

As autoridades chinesas e norte-americanas retomaram na segunda-feira (8), em Estocolmo, as conversas econômicas de alto nível, o que também pode ter influenciado a decisão de Taipei de postergar o plano.