Reunido na Colômbia, Grupo de Haia propõe embargo de armas a Israel
Líderes de 30 países anunciam medidas concretas contra a agressão israelense e sinalizam novo ciclo de multilateralismo liderado pelo Sul Global
247 - Reunidos em Bogotá, Colômbia, para uma conferência de emergência, os integrantes do Grupo de Haia anunciaram na quarta-feira (16) uma série de sanções históricas contra Israel, com foco no fim imediato da cooperação militar com o regime israelense. A reunião resultou em uma declaração conjunta assinada por representantes de 30 países, impondo um embargo internacional à exportação e importação de armas com Israel.
Segundo a reportagem da HISPANTV, a medida representa uma resposta direta ao genocídio israelense contra a Faixa de Gaza e outros territórios palestinos. O encontro foi promovido por iniciativa do presidente colombiano, Gustavo Petro, e marca um posicionamento firme do Sul Global diante do prolongado conflito entre Israel e Palestina.
As medidas aprovadas pelo grupo incluem, além da proibição de transações armamentistas com Israel, o veto ao uso de portos e embarcações de bandeira dos países signatários para transporte de armamentos destinados ao regime sionista. Também foi aprovada uma diretriz para que empresas comerciais não participem de qualquer operação que apoie, direta ou indiretamente, a ocupação israelense, sujeitando-se a sanções legais em caso de descumprimento.
O Grupo de Haia foi criado em janeiro de 2024, após o agravamento da crise humanitária em Gaza.
Durante a cerimônia de abertura da reunião em Bogotá, a relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, fez um pronunciamento contundente:“Imploro que traduzam esse compromisso em ações concretas. Não se trata de atos de simpatia ou caridade: são obrigações internacionais”, afirmou Albanese, que recentemente foi alvo de sanções do governo dos Estados Unidos por criticar a política israelense.
Ela defendeu o rompimento imediato de todos os laços diplomáticos, comerciais e militares com Israel, argumentando que manter tais relações equivale a legitimar a ocupação e os crimes cometidos contra a população palestina.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, também fez duras críticas ao atual sistema internacional de segurança e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A declaração final do Grupo de Haia reafirma ainda o compromisso de seus membros em cumprir os mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra.
A conferência em Bogotá marca um momento simbólico na diplomacia internacional, com a emergência de um bloco de países que propõe um novo paradigma para a política externa global, baseado na solidariedade, na legalidade internacional e na defesa dos povos ocupados.
A reunião também lança um desafio direto ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que tem apoiado de forma irrestrita o governo de Netanyahu, inclusive bloqueando resoluções no Conselho de Segurança da ONU que visavam impor cessar-fogo em Gaza.
O embargo anunciado pelo Grupo de Haia tem prazo para implementação até o dia 20 de setembro e deverá ser acompanhado por mecanismos de monitoramento e relatórios públicos sobre o cumprimento das medidas.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: