Em defesa da Palestina, Venezuela denuncia uso seletivo do direito internacional
Chanceler Yván Gil critica cumplicidade das potências ocidentais e reitera apoio à criação do Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital
247 - Em discurso firme durante a Reunião Ministerial Especial de Emergência sobre a Defesa da Palestina, realizada nesta terça-feira (15) em Bogotá, o chanceler da Venezuela, Yván Gil, denunciou o uso seletivo e instrumentalizado do direito internacional como ferramenta contra os países do Sul Global. A informação é da agência Prensa Latina.
A reunião extraordinária foi convocada pelos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, no marco do Grupo de Haia. O objetivo do encontro foi coordenar uma resposta internacional urgente às atrocidades que continuam sendo cometidas contra o povo palestino.
Durante sua intervenção, Yván Gil reiterou a posição do governo venezuelano contra a ocupação sionista e o apartheid imposto à Palestina, exigindo o seu fim imediato, além de defender reparações históricas. “Transmiti em nome do presidente Nicolás Maduro a mensagem firme contra o genocídio israelense que teve início em 1948 com a ocupação sionista e que se intensifica hoje com o apoio das potências ocidentais”, declarou o chanceler, em publicação na rede social Telegram.
O ministro também denunciou a complacência dos tribunais internacionais, que — em suas palavras — “permanecem lentos ou alinhados aos interesses do Ocidente”, enquanto a Faixa de Gaza é alvo de sucessivos bombardeios. “Cada ataque destrói vidas e mina os princípios do direito internacional”, alertou.
Gil aproveitou a ocasião para reafirmar a proposta do presidente Maduro de convocar uma Cúpula Mundial pela Paz e Contra a Guerra, com o objetivo de deter o regime israelense e mobilizar a opinião pública internacional em defesa da Palestina.
“A Venezuela sustenta que não haverá solução justa sem o fim imediato da ocupação e do regime de apartheid”, afirmou Gil, reiterando o apoio à criação de um Estado palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital, conforme determinam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O chanceler também manifestou solidariedade à relatora especial das Nações Unidas para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese. “Ela enfrenta ataques por defender a verdade sobre a Palestina na proteção da humanidade”, declarou.
Durante sua estadia na capital colombiana, Yván Gil reuniu-se com o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, e com o representante da Palestina na Colômbia, Raouf Almalki. A ambos, transmitiu “uma mensagem de fraternidade e apoio incondicional” por parte do governo bolivariano e do presidente Maduro.
Em carta enviada aos presidentes Petro e Ramaphosa, Nicolás Maduro saudou a iniciativa do encontro, considerando-a “uma resposta moral e política essencial, num momento em que toda a humanidade é desafiada pelo horror e pela impunidade”.
Para o líder venezuelano, o genocídio cometido contra o povo palestino representa “o maior crime da história contemporânea” e demanda uma resposta que vá além dos discursos diplomáticos. Segundo ele, a cúpula de Bogotá “deve estruturar uma proposta de paz justa, eficaz e duradoura, nascida do povo e não das elites que lucram com a guerra”.
Maduro concluiu a carta com uma definição contundente da importância do tema: “A causa palestina não é uma questão regional ou religiosa; é a linha que separa a justiça da barbárie e da batalha moral do nosso tempo”.
A presença e o posicionamento da Venezuela na reunião colocam o país na vanguarda da articulação internacional em defesa dos direitos do povo palestino, ao lado de lideranças progressistas latino-americanas e africanas que denunciam a impunidade de Israel, frequentemente respaldado por potências como os Estados Unidos, presididos atualmente por Donald Trump.
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