Representante dos EUA acusa China de ignorar diálogo sobre exportações
Jamieson Greer afirma que Pequim rejeitou pedido de conversa após novas restrições e Trump reage com tarifas e sanções
247 - O representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou neste domingo (12) que o governo americano tentou estabelecer contato imediato com Pequim após o anúncio chinês de ampliar as restrições de exportação de terras raras. Segundo Greer, citado pela South China Morning Post, a tentativa foi frustrada porque a China se recusou a atender o pedido de ligação telefônica.
“Posso dizer que não fomos notificados e, assim que descobrimos por fontes públicas, buscamos um telefonema com os chineses, mas eles adiaram”, declarou Greer em entrevista à Fox News. O diplomata classificou a decisão de Pequim como “uma tomada de poder”.
Trump eleva tarifas e promete novas restrições
Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (10) a aplicação de tarifas de 100% sobre produtos chineses destinados ao mercado americano. Além disso, determinou que, a partir de 1º de novembro, entrarão em vigor novos controles de exportação para “qualquer software crítico”.
Apesar da medida punitiva, Trump afirmou no domingo que Washington “quer ajudar a China, não prejudicá-la”.
Vice-presidente pede “caminho da razão”
O vice-presidente J.D. Vance defendeu uma postura firme de Pequim, mas sinalizou abertura para negociação caso o governo chinês adote uma linha mais moderada. “Vai ser uma dança delicada, e muito vai depender de como os chineses responderem”, disse.
Vance acrescentou que Trump possui maior margem de manobra na disputa. “Se eles responderem de forma altamente agressiva, garanto que o presidente dos Estados Unidos tem muito mais cartas do que a República Popular da China. Mas, se estiverem dispostos a ser razoáveis, nós também estaremos.”
As declarações evidenciam a escalada da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, em um cenário no qual o mercado global de minerais estratégicos e tecnologias críticas torna-se cada vez mais central na disputa geopolítica.
