Pressionado, Netanyahu diz que Israel buscará independência na área de defesa
'Não queremos estar em uma situação de limitações', declarou o premiê, diante de isolamento global
247 - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (16) que o seu país vai se empenhar em desenvolver uma indústria de defesa independente para não enfrentar restrições nesse setor.
“Cidadãos de Israel, antes de tudo quero dizer que tenho plena confiança na economia israelense. A economia de Israel é muito forte... Vejo um fator na indústria de defesa que pode enfraquecer. Certamente podemos enfrentar restrições políticas durante uma guerra", disse o político em entrevista coletiva sobre a economia.
"Se aprendemos uma lição durante a guerra, é que não queremos estar em uma situação de limitações, e por isso queremos alcançar independência no setor de defesa”, continuou o primeiro-ministro, acrescentando que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o convidou para uma reunião na Casa Branca em 29 de setembro.
Em 2023, as ações de Israel na Faixa de Gaza foram alvo de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul, por causa do genocídio cometido no território, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 64 mil palestinos morreram desde outubro daquele ano.
A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano.
Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.
Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.