Presidentes de universidades israelenses pedem a Netanyahu ações urgentes contra fome em Gaza
Líderes acadêmicos criticam ministros que defendem destruição de Gaza e alertam para crimes de guerra
247 - Os presidentes de cinco das principais universidades de Israel apelaram nesta segunda-feira (28) ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que intervenha com urgência na crise de fome que atinge a Faixa de Gaza. A informação é da agência estatal chinesa Xinhua.
Em uma carta conjunta, os reitores das universidades de Tel Aviv, Hebraica de Jerusalém, Instituto Weizmann de Ciências, Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) e Universidade Aberta de Israel pediram que Netanyahu oriente as Forças de Defesa de Israel e os órgãos de segurança a “intensificarem seus esforços, independentemente da pesada responsabilidade do Hamas e de outros fatores, para resolver o terrível problema de fome que assola Gaza e que afeta gravemente inocentes, incluindo crianças e bebês”.
Os dirigentes universitários também evocaram a memória do Holocausto para defender a ação humanitária: “A libertação dos reféns e a minimização dos danos aos nossos soldados são metas fundamentais, mas como uma nação que foi vítima do terrível Holocausto na Europa, também temos o dever especial de agir com todos os meios ao nosso alcance para evitar e nos abster de causar danos cruéis e indiscriminados a homens, mulheres e crianças inocentes”, escreveram.
Além disso, os signatários expressaram repúdio a declarações de ministros e parlamentares israelenses que, segundo eles, “incentivam deliberadamente a destruição da Faixa de Gaza e o deslocamento de sua população civil”. Para os reitores, tais discursos representam “um chamado claramente imoral para a prática de atos que, na opinião de juristas de prestígio em Israel e no mundo, constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.
A resposta do governo veio com ataques. O ministro da Educação, Yoav Kisch, acusou os reitores de estarem ao lado do Hamas: “Em vez de acusar o Hamas, que mantém reféns, comete crimes de guerra, usa a população civil como escudo humano e rouba ajuda humanitária, vocês preferem aderir a uma campanha de propaganda orquestrada pelo Hamas”, declarou.
Em meio à crescente pressão internacional, Netanyahu voltou a negar nesta segunda-feira que exista fome em Gaza e sustentou que “não há política israelense para privar os gazenses de alimentos”. Ele reafirmou que Israel continuará sua ofensiva militar “até alcançarmos a libertação dos nossos reféns e a destruição das capacidades militares e administrativas do Hamas”.
Já o ministro da Defesa, Israel Katz, foi ainda mais ameaçador: “Se o Hamas não libertar os reféns restantes, os portões do inferno se abrirão em Gaza”, advertiu.
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