Israel fará em Gaza o que fizemos em Tóquio e Berlim, diz senador dos EUA
Senador Lindsey Graham afirma que Israel pretende ocupar Gaza como os EUA fizeram no pós-guerra em Tóquio e Berlim
247 - Em entrevista à NBC News, o senador dos Estados Unidos Lindsey Graham declarou que Israel está preparado para assumir controle total e duradouro sobre Gaza, numa estratégia que ele comparou à ocupação norte-americana de cidades como Tóquio e Berlim ao fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo Graham, essa é a única alternativa que satisfaria o governo israelense diante da guerra contra o grupo Hamas.
“Eles vão fazer em Gaza o que fizemos em Tóquio e Berlim: tomar o local pela força e começar tudo de novo”, afirmou o senador. Para ele, não há solução negociada possível com o grupo islâmico, e a liderança israelense já teria chegado à conclusão de que apenas uma ocupação direta garantiria a segurança nacional.
A declaração surge em meio ao fracasso das negociações de paz mediadas pelos EUA, que previam uma trégua de 60 dias. Durante esse período, o Hamas libertaria dez reféns vivos e entregaria os restos mortais de 18 outros, em troca da soltura de prisioneiros palestinos por Israel. O grupo, no entanto, exige a retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza, o que Jerusalém Ocidental se recusa a aceitar, insistindo na rendição e desarmamento total do Hamas.
Graham também mencionou a possibilidade de oferecer passagem segura aos combatentes do Hamas fora do território como forma de obter a libertação dos reféns. Mas, segundo ele, o impasse atual demonstra que a guerra só terminará com a substituição total do atual controle de Gaza.
O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, confirmou que a equipe de negociação americana retornou a Washington para consultas, responsabilizando o Hamas pelo bloqueio das tratativas. Segundo ele, o grupo “não demonstra interesse em alcançar um cessar-fogo”.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023 — após uma incursão do Hamas que deixou 1.200 mortos em Israel —, mais de 59 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Em paralelo, ganham força relatos de que Israel pretende ocupar o território de forma permanente e promover o deslocamento da população de aproximadamente 2,3 milhões de palestinos que vivem na região.
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