Petro volta a criticar Trump e diz que não cederá a pressões externas
Presidente colombiano denuncia alianças do governo dos EUA com o narcotráfico na Colômbia
247 – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, liderou nesta sexta-feira (24) uma mobilização na Praça de Bolívar, em Bogotá, dando início à coleta de assinaturas para convocar um poder constituinte, em resposta às recentes ameaças do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à pressão de Washington sobre o governo colombiano.
De acordo com informações publicadas pela teleSUR, Petro criticou duramente as declarações de Trump sobre o narcotráfico na Colômbia.
“Ele nem sequer sabe claramente onde fica a Colômbia, quem aumentou os cultivos de folha de coca neste país e quem os deteve, quem lutou contra as máfias do narcotráfico em sua tentativa de tomar o poder e quem governou com o narcotráfico ao seu lado, fazendo uma política que os beneficiava”, afirmou.
O presidente colombiano também acusou Trump de se aliar a setores criminosos dentro do país. “Esses, senhor Trump, que agora são seus aliados, vou dizer com todas as letras: são a máfia da Colômbia”, declarou Petro, que citou o ex-presidente Álvaro Uribe, associando-o historicamente ao narcotráfico.
“Seu aliado é um ex-presidente que cresceu no cartel dos Ochoa, de Pablo Escobar, e que promoveu a legalização das organizações armadas do narcotráfico apenas para que o tráfico se transformasse em um instrumento de controle sobre a sociedade”, disse o mandatário.
Petro ainda lembrou que há anos denuncia “com nomes e sobrenomes os mafiosos que se sentavam para fazer leis na Colômbia à noite, enquanto pela manhã elaboravam listas das pessoas de seu povoado que seriam assassinadas”.
O presidente também condenou a aproximação de Trump com setores empresariais e políticos de direita na Colômbia. “Aqui houve grupos de empresários falsos, políticos que, falsamente, incentivaram a extrema-direita norte-americana a tomar medidas contra a Colômbia e seu presidente”, afirmou.
Petro reiterou que jamais cederá a pressões externas nem a tentativas de difamação. “Não tenho contas a congelar nem interesses econômicos fora do país. Meu compromisso é com o povo colombiano”, enfatizou.
