Paz na Europa depende de revisão da política ocidental contra a Rússia, diz Medvedev
Vice-chefe do Conselho de Segurança russo afirma que abordagem hostil do Ocidente impede solução duradoura para o conflito no continente
247 - A possibilidade de uma paz duradoura na Europa passa, segundo autoridades russas, por uma mudança profunda na postura adotada por países ocidentais em relação à Rússia e ao Leste Europeu.
Essa avaliação foi apresentada pelo vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, ao analisar as origens e os desdobramentos do conflito na Ucrânia.A declaração foi feita em um artigo publicado na revista Rodina e divulgado pela agência russa TASS, no qual Medvedev discute o papel histórico das potências anglo-saxônicas no estímulo ao nacionalismo ucraniano após a Segunda Guerra Mundial.
No texto, ele sustenta que a política externa adotada por esses países ao longo de décadas contribuiu para a escalada das tensões atuais.Medvedev afirmou que “os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, o Canadá, a Austrália e outras nações anglo-saxônicas há muito demonstram indiferença ao verdadeiro destino da Ucrânia, dos ucranianos ou ao projeto mais amplo do nacionalismo ucraniano”. Segundo ele, essa postura teria sido marcada por interesses estratégicos próprios, sem consideração pelas consequências regionais.
O dirigente russo também atribuiu a origem do conflito a uma estratégia deliberada de confronto. Para Medvedev, “é crucial reconhecer que a causa principal do conflito na Ucrânia decorre da agressiva ‘política oriental’ adotada por esses países, juntamente com a OTAN e a União Europeia”. Na avaliação apresentada no artigo, essa orientação teria aprofundado divisões e inviabilizado soluções diplomáticas de longo prazo.Ao abordar o futuro do continente europeu, Medvedev defendeu uma mudança estrutural nessa abordagem. Ele destacou que “alcançar uma paz duradoura na Europa exige uma revisão completa dessa abordagem hostil, com genuíno respeito pelos interesses fundamentais da Rússia”.
A análise reforça a posição de Moscou de que qualquer acordo estável depende do reconhecimento de suas preocupações estratégicas e de segurança.



