Palestina exige sanções contra Israel para frear plano de anexação na Cisjordânia

247 - O governo palestino fez um apelo urgente à comunidade internacional para que imponha sanções a Israel com o objetivo de barrar um projeto ilegal e voltado à anexação da Cisjordânia. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pelo canal iraniano HispanTV, que reproduziu comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina.

O plano foi anunciado pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que pretende erguer mais de 3 mil novas unidades habitacionais na área E1, região estratégica da Cisjordânia ocupada. A iniciativa busca ligar Al-Quds Oriental (Jerusalém) ao assentamento ilegal de Maale Adumim, com a meta de dobrar sua população em cerca de 35 mil moradores.

Condenação e alerta sobre “Grande Israel”

A Autoridade Palestina classificou o projeto como “uma extensão dos crimes de genocídio, deslocamento e anexação de Israel” e advertiu que ele fragmenta ainda mais a Cisjordânia, dificultando a criação de um Estado palestino. “As novas licitações são uma continuação dos planos da ocupação para minar a possibilidade de estabelecer um estado palestino e minar sua unidade geográfica e demográfica”, diz o comunicado.

O texto também afirma que a proposta se alinha às recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o conceito de “Grande Israel”, que incluiria, além da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, áreas do Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque. O movimento Hamas também condenou de forma veemente as falas de Netanyahu.

Pressão diplomática e cenário internacional

O governo palestino pediu que nações e organismos internacionais adotem medidas concretas para impedir a execução do plano e forçar Israel a cumprir as resoluções sobre a questão palestina. O apelo coincide com anúncios de países como Austrália, Reino Unido, França e Canadá, que pretendem reconhecer oficialmente o Estado palestino em setembro.

A comunidade internacional, em sua maioria, considera os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada ilegais, além de um obstáculo direto ao processo de paz e à criação de um Estado palestino soberano.