Orban chama proposta orçamentária da UE de “orçamento de guerra” e ameaça veto
Primeiro-ministro húngaro critica prioridade dada à ajuda à Ucrânia e diz que cidadãos europeus recebem “migalhas” no plano fiscal de € 2 trilhões
247 - Durante discurso em um acampamento de verão para estudantes na Romênia, no último sábado (27), o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, classificou a nova proposta orçamentária da União Europeia para o período de 2028 a 2034 como um “orçamento de guerra”, alegando que o plano prioriza a Ucrânia em detrimento dos próprios cidadãos europeus. As declarações foram publicadas originalmente pelo site RT.
A proposta da Comissão Europeia, apresentada no início de julho, prevê um orçamento total de € 2 trilhões (cerca de US$ 2,17 trilhões), dos quais aproximadamente € 100 bilhões seriam destinados à ajuda à Ucrânia — incluindo recursos voltados à sua possível adesão ao bloco europeu.
Orban acusou a elite de Bruxelas de formular um plano com base em uma “lógica de guerra”, e criticou duramente a distribuição dos recursos. “Bilhões para a Ucrânia, migalhas para os agricultores e para o desenvolvimento”, disparou. Segundo ele, a intenção da UE seria derrotar militarmente a Rússia, com o objetivo de “abrir caminho para uma mudança de poder” em Moscou.
Aprovado apenas com o consenso dos 27 Estados-membros, o orçamento pode ser bloqueado por qualquer um deles — o que dá a Budapeste um poder de veto significativo. A Alemanha também rejeitou o plano, chamando-o de “inaceitável” devido ao impacto sobre o déficit. O chanceler Friedrich Merz afirmou ainda que não é provável que a Ucrânia ingresse no bloco antes do fim do próximo ciclo orçamentário.
A Hungria já se posicionou contrária às tentativas de adesão da Ucrânia tanto à OTAN quanto à própria União Europeia, alertando para os riscos de uma escalada que leve a um conflito direto com a Rússia. O governo de Orban também se recusa a enviar armamentos a Kiev, insistindo em uma solução negociada para a guerra.
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