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ONU aprova plano de dois Estados e pressiona por cessar-fogo em Gaza

Resolução recebeu 142 votos favoráveis e abre caminho para o reconhecimento formal de um Estado palestino

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, 24 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Mike Segar)

247 - A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira (12) uma resolução que reafirma a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina. A informação foi divulgada pela Telesur e confirmada pela ONU e pela rede Al Jazeera. A proposta foi patrocinada pela França e pela Arábia Saudita e recebeu 142 votos favoráveis, 10 contrários e 12 abstenções.

O texto, conhecido como Declaração de Nova York, estabelece um roteiro para a criação de um Estado palestino viável e soberano, prevê a normalização de relações entre Israel e países árabes e garante mecanismos coletivos de segurança. A resolução também exige um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação de prisioneiros e o desarmamento do Hamas, excluindo o grupo do futuro governo da Faixa de Gaza.

Apoio internacional e próximos passos

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, agradeceu publicamente o apoio da comunidade internacional. “Pedimos que todos os interessados em acabar com a tragédia no Oriente Médio e salvar a vida de crianças se juntem a nós!”, declarou.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina também celebrou o avanço diplomático, destacando os esforços de França e Arábia Saudita, e cobrou a implementação prática da medida. O órgão palestino reforçou a necessidade de pressionar Israel a “cessar sua agressão, a política de fome usada como arma de guerra, o deslocamento forçado e a liberar prisioneiros e reféns”.

No próximo dia 22 de setembro, será realizada em Nova York uma cúpula internacional copresidida por França e Arábia Saudita. Na ocasião, países como França, Noruega e Espanha devem formalizar o reconhecimento do Estado palestino. Atualmente, 146 membros da ONU já expressaram apoio à proposta.

Reação de Israel e aliados

O governo israelense rejeitou a resolução, afirmando que o texto favorece o Hamas. O embaixador israelense na ONU classificou a votação como “teatro”. O porta-voz da diplomacia israelense, Oren Marmorstein, criticou ainda a ausência da designação formal do Hamas como “organização terrorista”.

Entre os 10 países que votaram contra estão os Estados Unidos, que alegaram que a medida poderia prolongar a guerra em Gaza. A Argentina também acompanhou o voto contrário.

Escalada de violência e novos obstáculos

A aprovação da resolução ocorreu em meio a um aumento dos ataques israelenses na Cidade de Gaza, que deixaram 59 mortos apenas nesta sexta-feira. Paralelamente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assinou um plano para expandir assentamentos na Cisjordânia ocupada, medida que especialistas apontam como um entrave adicional à definição territorial e demográfica de um futuro Estado palestino.

A resolução da ONU, embora simbólica, abre caminho para novas negociações multilaterais e pressiona pela retomada do processo de paz em uma região marcada por décadas de conflito e sucessivas rupturas diplomáticas.

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