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Novo embaixador do Brasil no Irã assume posto ‘em tempo recorde’

André Veras Guimarães parte ainda esta semana e garante que brasileiros não estão desassistidos, apesar do clima de guerra e das dificuldades no país

André Veras Guimarães durante sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE) (Foto: André Veras Guimarães)
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247 - O diplomata André Veras Guimarães, recém-nomeado embaixador do Brasil no Irã, antecipou sua viagem a Teerã e partirá do Brasil no próximo fim de semana. Em meio a um cenário de instabilidade provocado pelo conflito entre Israel e Irã, Guimarães afirmou que entrará no território iraniano por via terrestre, após aterrissar em um destino mantido em sigilo "para minha segurança e da minha família".

“Antecipei minha viagem em um mês. Estou indo em tempo recorde para chegar, tomar pé da situação e ajudar os colegas”, declarou o embaixador, destacando o caráter emergencial da missão diplomática.

Sem comentar diretamente o apoio dos Estados Unidos a Israel nem o anúncio de cessar-fogo feito pelo presidente Donald Trump, Guimarães evitou qualquer avaliação política sobre o conflito. Optou, segundo disse, por se concentrar nas atribuições consulares, com foco especial no atendimento à comunidade brasileira residente no Irã.

Comunidade brasileira no país é pequena, mas situação exige atenção

O Itamaraty estima que menos de 200 brasileiros vivam atualmente no Irã, a maioria composta por mulheres casadas com cidadãos iranianos. De acordo com Guimarães, algumas dessas pessoas consideraram deixar o país após o início dos ataques, mas enfrentam entraves legais e logísticos, já que muitos dos maridos estão impedidos de sair do país devido à guerra.

“São pessoas que, no primeiro momento dos ataques, ficaram nervosas e pensaram em sair. Mas depois começam a ver as dificuldades, até porque os maridos, por causa da guerra, são proibidos de deixar o país. Até o momento, a embaixada atendeu a poucas pessoas, que conseguiram sair do Irã por terra”, explicou.

O novo embaixador também alertou para a precariedade das comunicações no Irã, afetadas pela guerra, o que contribui para o surgimento de boatos e dificulta a circulação de informações confiáveis sobre rotas de saída e situação nas fronteiras. Apesar disso, enfatizou: “Não obstante a isso, não há ninguém abandonado, ninguém deixado de lado. As pessoas que estavam querendo sair, já saíram de lá. Num primeiro momento, acolhemos duas pessoas, que já deixaram o Irã. Não há uma grande demanda”.

Nomeação já aprovada e missão marcada por desafios

A embaixada brasileira em Teerã estava sem titular desde o início do ano. Guimarães assume no lugar de Eduardo Gradilone e, até sua chegada, o posto é comandado pelo encarregado de negócios Felipe Flores. A nomeação foi aprovada pelo Senado no mês passado, após sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Na ocasião, Guimarães tratou de temas estratégicos como a aproximação do Irã ao grupo dos Brics e reforçou a importância das relações bilaterais com Teerã. O diplomata tem formação em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e ingressou na carreira em 1996. Já ocupou funções como vice-cônsul e cônsul-adjunto em Nova York e foi chefe do setor político da embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

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