247 - O diplomata André Veras Guimarães, recém-nomeado embaixador do Brasil no Irã, antecipou sua viagem a Teerã e partirá do Brasil no próximo fim de semana. Em meio a um cenário de instabilidade provocado pelo conflito entre Israel e Irã, Guimarães afirmou que entrará no território iraniano por via terrestre, após aterrissar em um destino mantido em sigilo "para minha segurança e da minha família".
“Antecipei minha viagem em um mês. Estou indo em tempo recorde para chegar, tomar pé da situação e ajudar os colegas”, declarou o embaixador, destacando o caráter emergencial da missão diplomática.
Sem comentar diretamente o apoio dos Estados Unidos a Israel nem o anúncio de cessar-fogo feito pelo presidente <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Donald+Trump">Donald Trump</a>, Guimarães evitou qualquer avaliação política sobre o conflito. Optou, segundo disse, por se concentrar nas atribuições consulares, com foco especial no atendimento à comunidade brasileira residente no Irã.
Comunidade brasileira no país é pequena, mas situação exige atenção
O Itamaraty estima que menos de 200 brasileiros vivam atualmente no <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Ir%C3%A3">Irã</a>, a maioria composta por mulheres casadas com cidadãos iranianos. De acordo com Guimarães, algumas dessas pessoas consideraram deixar o país após o início dos ataques, mas enfrentam entraves legais e logísticos, já que muitos dos maridos estão impedidos de sair do país devido à guerra.
“São pessoas que, no primeiro momento dos ataques, ficaram nervosas e pensaram em sair. Mas depois começam a ver as dificuldades, até porque os maridos, por causa da guerra, são proibidos de deixar o país. Até o momento, a embaixada atendeu a poucas pessoas, que conseguiram sair do Irã por terra”, explicou.
O novo embaixador também alertou para a precariedade das comunicações no Irã, afetadas pela guerra, o que contribui para o surgimento de boatos e dificulta a circulação de informações confiáveis sobre rotas de saída e situação nas fronteiras. Apesar disso, enfatizou: “Não obstante a isso, não há ninguém abandonado, ninguém deixado de lado. As pessoas que estavam querendo sair, já saíram de lá. Num primeiro momento, acolhemos duas pessoas, que já deixaram o Irã. Não há uma grande demanda”.
Nomeação já aprovada e missão marcada por desafios
A embaixada brasileira em <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Teer%C3%A3+">Teerã </a>estava sem titular desde o início do ano. Guimarães assume no lugar de Eduardo Gradilone e, até sua chegada, o posto é comandado pelo encarregado de negócios Felipe Flores. A nomeação foi aprovada pelo Senado no mês passado, após sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
Na ocasião, Guimarães tratou de temas estratégicos como a aproximação do Irã ao grupo dos Brics e reforçou a importância das relações bilaterais com Teerã. O diplomata tem formação em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e ingressou na carreira em 1996. Já ocupou funções como vice-cônsul e cônsul-adjunto em Nova York e foi chefe do setor político da embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

Luis Mauro Filho

André Veras Guimarães durante sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE)

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Mundo

Novo embaixador do Brasil no Irã assume posto ‘em tempo recorde’

247 - Em meio ao agravamento do conflito no Oriente Médio, o Itamaraty decidiu antecipar a posse do novo embaixador do Brasil no Irã, segundo informações do jornal <a href="https://www.estadao.com.br/politica/coluna-do-estadao/itamaraty-adianta-posse-de-novo-embaixador-do-brasil-no-ira-em-meio-ao-conflito/">Estado de S.Paulo</a>, publicadas nesta segunda-feira (23). O diplomata André Veras Guimarães deve assumir o cargo até o final desta semana, em um momento considerado delicado para as relações internacionais na região.
Guimarães ainda se encontra no Brasil, mas o governo brasileiro já organiza os detalhes de sua viagem a Teerã. Por conta do fechamento do espaço aéreo iraniano, ele precisará chegar ao país por via terrestre.
O posto de embaixador do Brasil no Irã está vago desde o início do ano, quando Eduardo Gradilone se aposentou. Desde então, o comando da representação diplomática tem sido ocupado interinamente por outros diplomatas. Inicialmente, a função foi assumida por Lígia Maria Scherer, que já atuou como embaixadora na Palestina e em Omã, e depois por outro representante, que seguiu na interinidade.
Apesar da ausência de um embaixador titular nos últimos meses, o Ministério das Relações Exteriores garantiu que não houve prejuízo às atividades diplomáticas e que, em caso de necessidade, operações de repatriação de brasileiros estão asseguradas.
O próprio ex-embaixador Gradilone reforçou a continuidade dos trabalhos. “Eu acho que eles estão dando continuidade ao que a gente estava fazendo, com extrema competência e sem nenhum prejuízo para nós”, afirmou em entrevista .
A indicação de André Veras Guimarães para o comando da embaixada brasileira em Teerã foi aprovada pelo Senado no final de maio, com 38 votos favoráveis, apenas um contrário e duas abstenções. Ele já havia sido sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores em abril, quando destacou a longa relação diplomática entre os dois países. “Brasil e Irã mantêm relações diplomáticas há mais de 120 anos”, afirmou o diplomata durante a sessão.Formado em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis, Guimarães ingressou no serviço diplomático brasileiro em 1996 como terceiro-secretário. Sua missão no Irã, além de representar o Brasil em um dos cenários geopolíticos mais tensos do planeta, será crucial para a proteção dos brasileiros que vivem no país e para o acompanhamento da crise envolvendo o Irã, Israel e os Estados Unidos.

Laís Gouveia

Pessoas se reúnem perto de veículos danificados após ataques israelenses, em Teerã, Irã, em 13/06/2025

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Itamaraty antecipa posse de novo embaixador do Brasil no Irã em meio à escalada do conflito

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