Netanyahu mantém assassinatos e genocídio após concordar com plano de paz de Trump
Ataques em Gaza continuam mesmo após apoio internacional à proposta do presidente dos Estados Unidos, que prevê cessar-fogo e solução de dois Estados
247 – Mesmo após o anúncio de apoio internacional ao plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza não cessaram. Segundo a Al Jazeera, que acompanha os desdobramentos em tempo real, as forças de Israel avançam em três frentes dentro da Cidade de Gaza: pelo noroeste, na região do campo de refugiados de Shati; pelo nordeste, próximo à rua Jalaa, onde houve avanço significativo; e pelo sul, onde prédios residenciais estão sendo demolidos em larga escala.
Equipes de defesa civil informaram que dezenas de palestinos permanecem sob os escombros, sem possibilidade de resgate devido à intensidade dos ataques. Fontes hospitalares relataram que pelo menos 25 pessoas foram mortas desde o amanhecer, entre elas sete que buscavam ajuda humanitária na região central do enclave.
População palestina em desespero humanitário
A situação humanitária se agrava a cada dia. Palestinos deslocados montaram barracas ao longo da estrada costeira, sem acesso a água potável, alimentação ou atendimento médico. “As pessoas estão desesperadas por um acordo, por um cessar-fogo, mesmo que seja de apenas alguns dias. Elas estão exaustas”, relatou a reportagem da Al Jazeera.
A crise alimentar já provocou mais de 400 mortes por fome desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023. Entre as vítimas mais recentes está uma criança em Gaza City, que morreu por desnutrição e falta de tratamento médico.
Pressão internacional e impasse com Hamas
Países árabes e islâmicos declararam apoio ao plano de Trump, defendendo o fim imediato da guerra, a reconstrução de Gaza e a paralisação da anexação da Cisjordânia ocupada. A proposta, entretanto, enfrenta um obstáculo central: a exigência de desarmamento do Hamas, vista como um dos pontos mais difíceis de implementar.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também manifestou apoio à iniciativa, afirmando que “todas as partes devem aproveitar essa oportunidade” e reiterando que a solução de dois Estados é “o único caminho viável para uma paz justa e duradoura”.
Enquanto isso, em Israel, pais de soldados protestaram em Tel Aviv contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusando-o de tentar sabotar o acordo. “Não vamos deixar que ele sabote esta oportunidade”, declarou um grupo de manifestantes citado pelo jornal Haaretz.