Ministro dos Emirados cobra fim do massacre em Gaza a Netanyahu
Chanceler Sheikh Abdullah bin Zayed reiterou "compromisso inabalável em apoiar todas as iniciativas que visem alcançar uma paz abrangente"
247 - O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Abdullah bin Zayed, exigiu o fim imediato da ofensiva israelense em Gaza durante uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, à margem da Assembleia Geral da ONU. A informação foi divulgada neste sábado (27) pela agência estatal emiradense WAM e repercutida pela agência Reuters.
Segundo a WAM, Abdullah expressou “a necessidade urgente de encerrar a guerra em Gaza”, que já resultou na morte de mais de 65 mil palestinos, em sua maioria mulheres e crianças. Ele também reiterou o "compromisso inabalável dos Emirados Árabes Unidos em apoiar todas as iniciativas que visem alcançar uma paz abrangente baseada na solução de dois Estados, de uma forma que atenda às aspirações dos povos palestino e israelense".
Relações em tensão
O encontro marca a primeira conversa direta de Netanyahu com um alto representante árabe desde o bombardeio israelense contra o Catar, em 9 de setembro – ataque condenado oficialmente por Abu Dhabi.
Os Emirados Árabes Unidos mantêm laços diplomáticos e econômicos estreitos com Israel desde os Acordos de Abraão, assinados em 2020 com mediação do então presidente norte-americano Donald Trump. Mas, diante da escalada de violência e da continuidade da ocupação, o governo emiradense tem endurecido o tom. Neste mês, Abu Dhabi advertiu que qualquer tentativa israelense de anexar territórios na Cisjordânia ocupada será considerada uma “linha vermelha”, podendo levar a um rebaixamento das relações.
Reconhecimento do Estado Palestino cresce
A pressão internacional contra Israel aumenta a cada semana. França, Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal e outros países europeus reconheceram oficialmente o Estado da Palestina nos últimos dias, como forma de apoiar uma solução de dois Estados e reagir ao que organizações de direitos humanos descrevem como limpeza étnica e genocídio em Gaza.
Netanyahu, que lidera o governo mais radical da história de Israel, rejeita publicamente a criação de um Estado palestino e mantém a ofensiva que já destruiu boa parte da Faixa de Gaza, apesar das crescentes condenações globais e dos apelos por um cessar-fogo imediato.