Medvedev adverte Trump sobre poder nuclear russo em meio a escalada verbal

247 – O clima entre Moscou e Washington voltou a se acirrar nesta semana, com uma troca de provocações públicas entre Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta quinta-feira (31), que detalhou os novos capítulos do confronto verbal envolvendo ameaças de tarifas e advertências nucleares.

Trump, em postagem na rede Truth Social, dirigiu-se diretamente a Medvedev, chamando-o de “ex-presidente fracassado” e afirmando que ele deveria “medir suas palavras”, alertando que estaria entrando em “território muito perigoso”. O presidente norte-americano reagia a declarações recentes do dirigente russo, que criticara o plano de Washington de impor tarifas punitivas à Rússia e aos compradores de seu petróleo caso não houvesse um cessar-fogo na Ucrânia em dez dias.

Em resposta, Medvedev afirmou em seu canal no Telegram que a reação de Trump era sinal de que Moscou está “fazendo tudo certo”. Em tom desafiador, ele lembrou o poder do lendário sistema soviético de retaliação nuclear conhecido como “Dead Hand”, projetado para lançar mísseis automaticamente caso a liderança russa fosse neutralizada em um ataque inimigo. “Trump deveria se lembrar de quão perigosa pode ser a lendária ‘Mão Morta’”, declarou.

O episódio é mais um sinal da deterioração nas relações entre os dois países desde a guerra na Ucrânia, iniciada em 2022. Trump, que recentemente estabeleceu ultimatos à Rússia, ameaçou aplicar tarifas contra o petróleo russo e seus compradores, incluindo China e Índia, caso Moscou não aceitasse suas condições para uma trégua. Em sua postagem, ele minimizou a relevância do comércio com esses países, atacando ainda os altos impostos de importação indianos.

Medvedev, por sua vez, consolidou-se como uma das vozes mais agressivas do Kremlin contra o Ocidente desde o início do conflito. Para analistas, suas declarações refletem a linha-dura de Moscou diante da pressão militar e econômica internacional, mesmo que alguns críticos russos o considerem um “artilheiro verbal irresponsável”.

A escalada retórica evidencia que, mesmo em meio a pressões diplomáticas e econômicas, os riscos de mal-entendidos entre as duas potências nucleares permanecem elevados, reacendendo temores globais sobre a segurança internacional.