Kremlin adota cautela após Trump ameaçar sanções de 100% a aliados da Rússia

247 - O Kremlin adotou uma postura de prudência, nesta terça-feira (15), diante das recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas secundárias “severas” de até 100% contra os parceiros comerciais da Rússia caso não haja avanços diplomáticos na guerra da Ucrânia dentro de 50 dias.

Nesta terça-feira (15), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as declarações como “bastante sérias”. Em conversa com jornalistas, afirmou: “Sem dúvida, precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington. E se e quando o presidente Putin considerar necessário, ele certamente comentará sobre isso”.

O alerta foi feito por Trump nesta segunda-feira (14). Ele afirmou estar “muito, muito descontente” com a postura de Moscou, mas também sinalizou disposição para o diálogo. “Estou decepcionado com o presidente Vladimir Putin, mas ainda não encerrei com ele”, declarou o mandatário norte-americano, que cumpre seu segundo mandato desde janeiro de 2025.

“Washington não sinaliza paz”, diz Kremlin

Peskov também fez críticas indiretas à forma como a Ucrânia poderá interpretar a fala de Trump. Para ele, as ações recentes dos EUA, da OTAN e da sede do bloco em Bruxelas não indicam uma abertura para o diálogo: “Parece que essas decisões que estão sendo tomadas em Washington, nos países da OTAN e diretamente em Bruxelas são percebidas pelo lado ucraniano não como um sinal de paz, mas como um incentivo para continuar a guerra”.

Apesar disso, o representante do Kremlin reforçou que Moscou mantém disposição para negociações diretas com Kiev, embora ainda aguarde uma resposta: “Estamos esperando propostas do lado ucraniano sobre o momento de realização da terceira rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia... Ainda não recebemos essas propostas”.