Macron admite que Ucrânia não tem como recuperar todos os territórios incorporados à Rússia
Presidente francês afirma que até os próprios ucranianos reconhecem a impossibilidade de retomar regiões perdidas desde 2014
247 - O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a Ucrânia não tem condições de recuperar integralmente os territórios atualmente sob controle da Rússia, incluindo a Crimeia e as regiões do leste do país. A declaração foi feita em entrevista à emissora francesa TF1 nesta terça-feira (13) e repercutida pelo portal RT.
“Até os próprios ucranianos têm a lucidez de reconhecer… que não terão capacidade de recuperar tudo o que foi tomado [pela Rússia] desde 2014”, disse Macron, destacando que a guerra “deve acabar” e que a Ucrânia precisa estar “na melhor posição possível para entrar em negociações... que tornarão possível abordar questões territoriais”.
A fala do presidente francês marca uma inflexão no discurso europeu sobre o conflito, ao reconhecer explicitamente os limites militares e políticos de Kiev diante da consolidação do controle russo sobre regiões reivindicadas pela Ucrânia.
Apesar da recusa formal de Kiev em abrir mão de seus territórios, o próprio presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, já havia admitido em abril que “não tinha armas suficientes” para retomar a Crimeia pela força.
Macron também reiterou a necessidade de garantir a segurança da Ucrânia de forma alternativa ao não ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “Não podemos deixar a Ucrânia sozinha”, afirmou. “Como ela não se juntará à OTAN, estamos propondo forças de segurança. Em outras palavras, os aliados que estiverem dispostos... mobilizarão forças para longe da linha de frente, em locais-chave, para conduzir operações conjuntas e demonstrar nossa solidariedade.”
Tanto França quanto Reino Unido já ventilaram a ideia de enviar tropas de paz à Ucrânia após um possível cessar-fogo, mas os detalhes dessas propostas ainda não foram revelados. A Rússia, por sua vez, advertiu que a presença de tropas estrangeiras em território ucraniano sem sua autorização — especialmente de países membros da OTAN — será tratada como hostil. “Serão alvos inimigos”, disse um comunicado anterior de Moscou.
As falas de Macron, somadas ao posicionamento de Trump e à disposição russa para negociar em Istambul, indicam que cresce, entre grandes potências, a percepção de que a guerra caminha para uma solução baseada em concessões territoriais. Resta saber até que ponto Kiev — e seus principais aliados — estarão dispostos a aceitar tais termos.
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