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Lula disse a Trump que EUA podem resolver guerra da Ucrânia

Em reunião na Malásia, líderes discutem tarifas comerciais e possibilidade de mediação conjunta para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia

Lula e Trump se encontram na Malásia (Foto: AFP / Getty Images)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (27) que sugeriu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Brasil e EUA unam esforços para buscar uma solução diplomática para a guerra entre Rússia e Ucrânia. A declaração foi dada durante conversa com jornalistas após o encontro entre os dois líderes em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).

Segundo Lula, o momento atual do conflito indica que as partes já conhecem suas demandas e que é possível avançar rumo a um acordo. “Já estamos há três anos de guerra. O Putin já sabe o que quer, o Zelensky já sabe o que quer, cada um já sabe o que vai conseguir. O que está faltando é colocar isso na mesa de negociação. E eu acho que estamos chegando no ponto de acabar com essa guerra no mundo. E não precisa ter mais guerra”, declarou o presidente brasileiro.

Durante a reunião, além da pauta geopolítica, Lula e Trump discutiram principalmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Autoridades do Itamaraty relataram que o encontro foi considerado produtivo e que o presidente americano demonstrou compreensão sobre a urgência das demandas brasileiras em relação às sobretaxas.

Ainda segundo o governo, o presidente brasileiro aproveitou o diálogo para se colocar à disposição como mediador em outras tensões diplomáticas que envolvem Washington, como o impasse com a Venezuela. Lula também mencionou as punições aplicadas pelos EUA a autoridades brasileiras, entre elas a chamada Lei Magnitsky, usada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e as restrições impostas ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Nova York, que limitaram sua circulação e a de sua família durante eventos da ONU.

Na noite do domingo, após a conversa entre Lula e Trump, representantes do governo brasileiro, entre eles o chanceler Mauro Vieira, mantiveram diálogo telefônico com negociadores norte-americanos. Na manhã seguinte, em Kuala Lumpur, uma nova rodada de conversas foi conduzida por Vieira e Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com representantes do comércio dos EUA e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

De acordo com o governo, foi decidido que as questões políticas ficariam de fora das negociações sobre tarifas. “As questões políticas foram colocadas na presença dos dois presidentes da República, não na mesma negociação sobre negócios. Quem vai discutir política, nesse negócio do Brasil, é o presidente Trump e o presidente Lula. Eles vão negociar as taxações comerciais que foram impostas”, afirmou o chefe de Estado brasileiro.

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