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      Líder supremo do Irã descarta negociação direta com os EUA

      Khamenei afirma que "problemas são insolúveis" e descarta qualquer negociação com Washington

      Ali Khamenei (Foto: Hispan TV)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - Após 24 dias longe da cena pública, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reapareceu neste domingo (24) em Teerã e voltou a rejeitar a possibilidade de diálogo direto com os Estados Unidos. A informação foi divulgada pela RFI,  que acompanhou a rara aparição do dirigente religioso e político iraniano.

      Durante um discurso em uma mesquita localizada em sua residência oficial, Khamenei classificou como “superficial” a ideia de que uma negociação com Washington poderia resolver os impasses entre os dois países. “Aqueles que dizem ‘por que vocês não negociam diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?’ estão apenas enxergando a superfície. Nossos problemas são insolúveis. Os norte-americanos querem que o Irã esteja sob seu comando”, declarou o aiatolá.

      Contexto pós-guerra e tensão com Israel

      As declarações surgem no cenário de instabilidade que persiste no país após o cessar-fogo anunciado em 24 de junho por Washington, que encerrou 12 dias de confronto armado entre Irã e Israel, com participação direta dos Estados Unidos. O conflito deixou mais de mil mortos e resultou na destruição de importantes instalações nucleares iranianas, aumentando a pressão interna e externa sobre Teerã.

      Desde então, as aparições públicas de Khamenei têm sido raras. A mensagem deste domingo reforça a linha dura do regime, que resiste a pressões por uma reaproximação diplomática com Washington, apesar de parte do campo reformista e moderado defender a retomada do diálogo.

      Europa ameaça restaurar sanções da ONU

      As palavras do líder supremo também coincidem com a advertência feita por França, Alemanha e Reino Unido. Os três países europeus anunciaram que poderão acionar o mecanismo de “snapback” caso o Irã não volte às negociações com os Estados Unidos até o fim de agosto e não restabeleça sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

      Esse dispositivo, previsto no acordo nuclear de 2015, permite reativar todas as sanções da ONU suspensas há dez anos. Para analistas, um eventual retorno das punições internacionais representaria um duro golpe à já combalida economia iraniana, que enfrenta inflação anual acima de 50% e crescente insatisfação popular.

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