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Líbano aprova estratégia para desarmar Hezbollah

Apoiadores do Hezbollah prometem resistência e afirmam que o movimento é um parceiro do Exército libanês

Apoiadores do Hezbollah no Líbano (Foto: Xinhua/Bilal Jawich)

247 - O governo do Líbano aprovou na sexta-feira (5) um plano do Exército para desarmar o movimento militante xiita Hezbollah e colocar todas as armas sob controle estatal, informou a agência Xinhua. 

O ministro da Informação, Paul Morcos, declarou após a reunião do gabinete que os ministros analisaram a proposta do Exército e a aprovaram, mas decidiram manter em sigilo os detalhes e as discussões relacionadas.

Anteriormente, o gabinete havia encarregado o Exército de elaborar uma estratégia de desarmamento voltada ao Hezbollah—medida rejeitada pelo grupo e por seu aliado, o Movimento Amal. Durante a sessão desta sexta-feira, cinco ministros ligados ao Hezbollah e ao Amal se retiraram em protesto.

Morcos afirmou que o Exército começará a implementar o plano dentro de seus recursos logísticos, financeiros e humanos disponíveis, apresentando relatórios mensais de progresso ao gabinete. Ele acrescentou que o Líbano segue comprometido com o cessar-fogo em vigor com Israel, acusando o país vizinho de repetidas violações.

Apoiadores do Hezbollah convocaram manifestações em massa após a decisão do gabinete, prometendo resistir a qualquer tentativa de entrega das armas do grupo. “Não aceitaremos o desarmamento das armas que defenderam a pátria”, disseram em comunicado.

O Exército deslocou unidades extras para várias regiões diante do temor de distúrbios.

A autonomia militar do Hezbollah continua sendo um dos temas mais divisivos da política libanesa. Dirigentes do grupo, incluindo o atual líder Naim Qassem, têm reiteradamente rejeitado os apelos pelo desarmamento, classificando-os como irreais e prejudiciais à segurança do Líbano, além de acusarem tais esforços de servirem apenas aos interesses de Israel.

À medida que aumentam os apelos de Washington e de Israel pelo desarmamento do Hezbollah, muitos no Líbano argumentam que tais esforços ignoram a questão central das contínuas violações da soberania libanesa por parte de Israel. 

Apesar dos bombardeios aéreos quase diários de Israel e das repetidas violações do espaço aéreo e da soberania libanesa, o Hezbollah continua sendo a única força militar considerada capaz de enfrentar a ocupação e impedir novas incursões israelenses. (Com agências).

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