Itamaraty visita brasileiros detidos em prisão israelense
Grupo estava em flotilha interceptada pela marinha israelense
247 - Representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE) voltam a visitar nesta segunda-feira (6) os cidadãos brasileiros que permanecem detidos em Israel após a interceptação de uma flotilha humanitária. O grupo foi preso pela marinha israelense na semana passada enquanto tentava levar ajuda à população da Faixa de Gaza.
De acordo com informações divulgadas pelo g1, os brasileiros estão sob custódia no centro de detenção de Ketziot, localizado no deserto de Negev, considerado o maior do país em extensão territorial. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o teor do encontro mais recente realizado pelos diplomatas.
Na última sexta-feira (3), representantes da embaixada brasileira em Tel Aviv já haviam visitado os detidos, em reuniões separadas — uma com os homens e outra com as mulheres do grupo. Fontes diplomáticas informaram que todos se encontram em boas condições de saúde e sem sinais de ferimentos. As autoridades israelenses ofereceram aos ativistas a possibilidade de assinar um termo para acelerar o processo de deportação, mas apenas cinco dos 13 brasileiros teriam aceitado a proposta.
Os demais optaram por seguir com o processo judicial, que pode resultar em deportação posterior. No domingo (5), a assessoria da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) divulgou nota informando que as audiências judiciais dos detidos já foram concluídas.
“Com essa etapa encerrada, as autoridades israelenses podem iniciar os procedimentos de deportação, embora ainda não haja confirmação oficial sobre prazos ou condições. De acordo com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, a expectativa é de que informações sobre os voos de deportação sejam comunicadas assim que houver definição por parte do governo israelense”, afirmou a nota.
A parlamentar acrescentou que, segundo a coordenação da flotilha humanitária, os ativistas estão sendo mantidos sob “condições gravemente precárias, com restrição de água, alimentação e medicamentos essenciais, além de relatos de forte pressão psicológica e até agressões físicas”.
Interceptação da flotilha
Os barcos que transportavam os ativistas foram interceptados por forças israelenses na quarta-feira (1º), quando seguiam em direção à Faixa de Gaza. A flotilha, batizada de Global Sumud, reúne cerca de 44 embarcações civis e aproximadamente 500 participantes, entre eles a ativista ambiental sueca Greta Thunberg.
Segundo os organizadores, o objetivo era entregar remédios e alimentos à população palestina. O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou que “vários barcos” foram interceptados e seus ocupantes conduzidos ao porto de Ashdod, situado entre Tel Aviv e Gaza.
O Itamaraty informou, em nota oficial, que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv “mantém contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.